O dia 15 de dezembro de 2021 marca os 60 anos desde a condenação à morte de Adolf Eichmann, homem responsável pela deportação de milhares de judeus a campos de extermínio. Seu julgamento e condenação tiveram ampla repercussão nas mídias e no debate sobre os direitos humanos nas ciências sociais. Com objetivo de discutir sobre as memórias, representações e recepções desse acontecimento, o DAAD, Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Buenos Aires (UBA), promovem uma série de eventos digitais e gratuitos. A série começou em outubro de 2021 e se estende até dezembro desse ano.
Quem foi Eichmann
Adolf Eichmann nasceu em 1906, na Alemanha, e foi ainda criança para a Áustria, onde se filiou ao partido nazista austríaco. Entre o final da década de 1930 e início da década de 1940, já como membro das forças de Segurança do Reich, Eichmann foi responsável pela emigração forçada de cerca de 1,5 milhão de seres-humanos a campos de concentração e, posteriormente, de extermínio. Ao fim da 2ª Guerra Mundial (1939-1945), fugiu para a Argentina, país onde viveu até 1960, quando foi sequestrado pela Mossad, Serviço de Segurança Israelense, e levado a Israel para ser julgado.
O julgamento de Eichmann ocorreu entre abril e dezembro do ano de 1961 e teve repercussão internacional, tanto nas mídias, quanto entre a intelectualidade.
A série de eventos promovidas pelo DAAD realiza palestras, acessíveis na plataforma Zoom, com dimensão transnacional do julgamento. O projeto visa englobar a recepção do evento na América do Sul, Alemanha e Israel. Além das palestras, ocorre, em março de 2022, um workshop sobre as representações do julgamento no cinema, nas mídias e na literatura. Os resultados do workshop podem ser publicados em antologia, em 2023. No site oficial do evento, é possível acompanhar sua programação e realizar a inscrição na série de palestras.