Plínio Salgado, repressão nazista e um assalto a banco

24 de janeiro de 2018
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Autores brasileiros e estrangeiros estão em nossas dicas e lançamentos de livros de janeiro de 2018. Confira quais são os títulos em destaque!

Da Redação

Depois de um pequeno intervalo, as dicas de livros do Café História estão de volta. Em janeiro de 2018, destacamos três novos títulos. Um deles é um estudo sobre a trajetória em Portugal de Plínio Salgado, um dos principais nomes do Integralismo. Além disso, também destacamos: “Estratégias de uma esquerda armada”, livro derivado da dissertação do historiador Lucas Porto Marchesini; e, por fim, “As primeiras vítimas de Hitler – a busca por justiça”, de Timothy W. Ryback, mesmo autor de “A biblioteca esquecida de Hitler”, lançado em 2009, no Brasil. Confira!

GONÇALVES, Leandro Pereira. Plínio Salgado – um católico integralista entre Portugal e o Brasil (1895-1975). Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais (ICS), 2017.

Recém-chegado ao Departamento de História da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o historiador Leandro Pereira Gonçalves é autor do livro “Plínio Salgado – um católico integralista entre Portugal e o Brasil (1895-1975)”, que acaba de ser publicado em Portugal pela Imprensa de Ciências Sociais (ICS). Apresentado originalmente como tese de doutorado ao Programa de Pós-Graduação em História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PPGH/PUC-SP), o livro traz um estudo sobre o pensamento da ação política de Plínio Salgado, o fundador e dirigente da Ação Integralista Brasileira.

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Títulos que são destaque nas dicas e lançamentos de janeiro de 2018. Foto: Bruno Leal.

No prefácio, Hélgio Trindade, docente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, destaca que a obra é fruto de “uma exaustiva pesquisa em novas fontes documentais”e que “este livro representa uma visão abrangente e inovadora do pensamento de Plínio Salgado”. Em 2014, recebeu menção honrosa na 1ª edição do Prêmio de Teses, promovido pelo GT Nacional de História Cultural da Associação Nacional de História (ANPUH).

O trabalho é dividido em cinco capítulos: 1. “Plínio Salgado conhece Portugal: formação e desenvolvimento”; 2. “A ‘revolução legal’ e o exílio em Portugal”; 3. “Plínio Salgado em Portugal: necessidade de um novo discurso”; 4. “Conferencista e escritor luso-brasileiro”; 5. “Retorno ao Brasil: um ‘Plínio Salazar’?”. Para saber mais informações sobre esta edição portuguesa, clique aqui. O livro deverá ser publicado em breve no Brasil.

RYBACK, Timothy W. As primeiras vítimas de Hitler – A busca por justiça. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

Lançando mão de arquivos de Josef Hartinger, um jovem promotor alemão da época do nazismo, descobertos apenas depois da Segunda Guerra Mundial e usados pela promotoria no Tribunal de Nuremberg, Ryback se debruça sobre os primeiros assassinatos de judeus em campos de concentração e a luta do promotor para denunciar as atrocidades do regime nazista, ainda em 1933. De acordo com o jornal inglês The Telegraph, “a narrativa de Ryback emociona e arrepia”.

Timothy W. Ryback é doutor em alemão pela Universidade de Harvard, onde também ensinou História e Literatura. Autor do premiado The Last Survivor: Legacies of Dacheu, colabora regularmente para periódicos como The New York Times, The New Yorker e The Atlantic Monthly. É cofundador e codiretor do Institute for Historical Justice and Reconciliation, sediado em Haia, e membro da Académie Diplomatique Internationale de Paris. Dele, a Companhia das Letras publicou também “A biblioteca esquecida de Hitler” (2009).

TORRES, Lucas Porto Marchesini. Estratégias de uma esquerda armada – militância, assaltos e finanças do PCBR na década de 1980. Salvador, EDUFBA, 2017.

O livro de Marchesini – derivado de sua dissertação de mestrado, defendida na Universidade Federal da Bahia – examina um tema já explorado por jornalistas, mas pouco esquadrinhado por historiadores acadêmicos: os assaltos a bancos realizado por militantes do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) em Salvador, em 1986. Atualmente Marchesini se dedica à pesquisa de Doutorado em História na Unicamp.

O prefácio assinado por Alexandre Fortes, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ),  aponta que “Embora a natureza do episódio torne impossível uma elucidação exaustiva, não há dúvidas de que após a leitura deste trabalho ele se torna muito mais inteligível.” Fortes termina recomendando a leitura “para os interessados na história da esquerda brasileira através de aspectos negligenciados do processo de redemocratização.”

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.

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