No final de 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, a Grécia mergulhava no caos. O rei Constantino I, cunhado de Guilherme II, imperador da Alemanha, optara pela neutralidade no conflito. No entanto, sua decisão entrou em choque com a posição de seu primeiro-ministro, Elefthérios Venizélos, que defendia a entrada do país na guerra ao lado dos Aliados.
Com o apoio de parte dos oficiais do exército grego, Venizélos liderou um golpe e formou um governo rival em Salônica, respaldado pelos Aliados. Nos dias seguintes, regiões da Grécia já ocupadas pelas forças aliadas reconheceram esse novo governo, aumentando ainda mais a pressão sobre Constantino, que tentou manobras para se manter no poder.
Em 11 de junho de 1917, 9.500 soldados aliados desembarcaram no istmo de Corinto, isolando Atenas de Constantino e exigindo sua abdicação. No mesmo dia, o rei partiu para o exílio na Suíça com o seu filho mais velho, Jorge. Seu filho mais novo, Alexandre, assumiu o trono em 12 de junho. Venizélos, que se tornara primeiro-ministro, aceitou Alexandre como rei porque tinha controle sobre ele. Poucas semanas depois, em 29 de junho de 1917, a Grécia entrou na guerra ao lado dos Aliados.
O macaco
Apesar de estar sob a influência de Venizélos, Alexandre conseguiu manter uma estabilidade básica do país durante o conflito. Após o fim da guerra, ele e Venizélos planejavam expandir a Grécia para territórios que haviam pertencido ao extinto Império Otomano. No entanto, um incidente inesperado mudou o rumo da história.
Em 2 de outubro de 1920, Alexandre passeava pelo Palácio Real de Tatoi, nos arredores de Atenas, quando seu pastor-alemão, Fritz, se envolveu em uma briga com um macaco-de-Gibraltar domesticado que vivia no local. Ao tentar separar os animais, o rei foi mordido na perna e no torso pelo macaco.
A princípio, o ferimento parecia inofensivo, e Alexandre retomou sua rotina. Contudo, a lesão infeccionou e ele desenvolveu septicemia, uma infecção generalizada por bactéria. Apesar dos esforços médicos, o jovem monarca morreu em 25 de outubro de 1920, aos 27 anos. Em dezembro, seu pai, o ex-rei Constantino I, voltou à Grécia, após anos de exílio, e reassumiu o trono.
Sugestão de leitura
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