Você sabe o que é o antropoceno? Esse podcast te ajuda a entender

É possível que você já tenha escutado essa palavra antes, mas o que será, afinal de contas, esse tal de Antropoceno?
11 de fevereiro de 2025
Crianças correm quanto cenário pega fogo. O que é o antropoceno?
Desastres naturais cada vez mais parte do cotidiano. O que é o antropoceno? Foto: Pixundfertig.

Você já deve ter escutado por aí o termo “Antropoceno”, certo? Se você continua meio perdido, sem saber o que ele significa ou o que pensar dele, talvez um episódio de podcast te ajudar a entender melhor esse debate tão interessante e importante. Trata-se do episódio 115 do História Pirata, intitulado “Antropoceno e História”, lançado com enorme sucesso em 17 de dezembro de 2023? Escute gratuitamente logo abaixo ou clique aqui.

Nesse episódio, Rafinha e Daniel Gomes de Carvalho, os historiadores que são apresentadores do História Pirata, conversaram com a pesquisadora Alice Freyesleben, doutora em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e professora colaboradora do curso de Licenciatura em História da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).

Em 2023, Freyesleben publicou um artigo chamado “Os tempos do Antropoceno: reflexões sobre limites, intensidade e duração” (confira aqui).

Antropoceno: só para te situar

A nossa recomendação é que você ouça as duas horas do programa com Freyesleben. Mas se você não quer chegar ao episódio totalmente cru no assunto, o Café História pode ajudar um pouquinho.

O Antropoceno é um termo proposto para designar uma nova época geológica, na qual as atividades humanas passaram a ser a principal força de transformação do planeta. A palavra vem do grego anthropos (ser humano) e kainos (novo), sugerindo que entramos em uma fase marcada pelo impacto profundo da humanidade na Terra.

Essa fase está intimamente associada ao desenvolvimento capitalista, sobretudo a partir da Revolução Industrial (embora nem todos os pesquisadores do tema pensem assim), que impactou, em pouco tempo, na temperatura do planeta, na redução da biodiversidade e desmatamento, além de outras transformações, muitas ainda sequer mapeadas ou compreendidas totalmente em sua real extensão dos danos.

A Comissão Internacional de Estratigrafia (ICS), contudo, ainda não o reconheceu como época formal (vivemos oficialmente no Holoceno, iniciado há 11,7 mil anos). Alguns de seus pesquisadores argumentam que o conceito generaliza responsabilidades, ignorando desigualdades econômicas e culturais.

Há 15 anos, o ICS constituiu um grupo de trabalho para examinar a questão. Esse comitê foi composto por cerca de 20 acadêmicos, que levariam a questão a uma plenária, onde seria votada: estaríamos ou não vivendo no antropoceno?

O Anthropocene Working Group (Grupo de Trabalho pelo Antropoceno) trabalhou por 15 anos no lago Crawford, Canadá, lugar escolhido por eles a fim de encontrar elementos científicos dessa nova era geológica. Em 2024, eles finalmente levaram seus achados para votação. Mas a plenária, composta pelos membros gerais da Comissão Internacional de Estratigrafia, votou pelo não reconhecimento do Antropoceno (é importante dizer que a votação não foi unânime).

Segundo a reportagem do portal Terra, Colin Waters, presidente do Grupo de Trabalho Antropoceno, criticou a decisão de rejeição da proposta. Waters declarou que seu grupo ainda tentará novos argumentos.

De todo modo, o Antropoceno serve como alerta para a necessidade de sustentabilidade e políticas globais. Ele destaca que os humanos não são apenas habitantes, mas agentes de mudanças irreversíveis, exigindo ações para mitigar danos ambientais.

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Em meados de 1950, a imprensa soltou uma bomba que chocou a opinião pública brasileira: o imigrante letão Herberts Cukurs, criador e proprietário dos pedalinhos da Lagoa Rodrigo de Freitas, cartão postal do Rio de Janeiro, havia cometido crimes de guerra durante a ocupação nazista da Letônia. Neste livro, que vai virar filme, o historiador Bruno Leal, professor da Universidade de Brasília e criador do Café História, investiga o chamado “Caso Cukurs”, desde a chegada de Cukurs no Brasil até a sua execução por agentes secretos do Mossad, de Israel. Livro disponível nas versões impressa e digital. Gosta de Segunda Guerra Mundial? Esse livro não vai deixar a desejar. Confira aqui. 

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas, justiça no pós-guerra e as duas guerras mundiais. Autor de "Quero fazer mestrado em história" (2022) e "O homem dos pedalinhos"(2021).

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