Nilton Mullet Pereira (UFRGS) destaca que falar de Paulo Freire não necessariamente é falar de esquerda ou direita, mas de alguém que se preocupou profundamente com a educação.
Agência Café História
Em 2016, o projeto Open Syllabus produziu uma lista dos cem livros mais influentes no mundo. Apenas um livro brasileiro apareceu nesta lista: “Pedagogia do Oprimido”, do educador e filósofo Paulo Freire (1921-1997). A iniciativa coletou programas de estudos de universidades dos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia para identificar quais são os livros mais solicitados por elas em suas ementas.
Apesar disso, no Brasil, Paulo Freire tem sido vítima de uma campanha calculada de difamação por parte de indivíduos e grupos conservadores ou de extrema-direita, que disseminam informações falsas ou distorcidas sobre o seu trabalho como pedagogo com o objetivo de denegrir sua imagem e inviabilizar o seu legado.
A fim de iluminar a obra de Paulo Freire, conversamos com o historiador Nilton Mullet Pereira, professor adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da área de Ensino de História. Pereira nos ajuda a compreender quem foi, de fato, Paulo Freire, e qual a importância do seu trabalho para o campo educacional.
– Paulo Freire pensou a alfabetização como uma abertura de portas das pessoas para experiência do mundo, para uma experiência consciente do mundo, para uma experiência que pode ser critica em relação ao mundo, e nesse sentido ele pensou essa educação como um processo altamente libertador, diz Pereira.