Eliane Schermann explica: “cada subjetividade recorre à sua fantasia particular para responder ao trauma. Nesta perspectiva, a resposta ao trauma é algo muito singular”.
No passado, diversas doenças culminaram na morte de milhares de pessoas no Rio de Janeiro, então capital federal, centro político e vitrine do país para o mundo. A fim de defender não só a saúde de seus habitantes, mas também de atrair investimentos, o governo federal executou duras medidas sanitárias impostas a uma sociedade recém-saída da escravidão.
Ao lado de epidemiologistas, matemáticos e cientistas da computação que analisam incansavelmente o movimento do novo coronavírus, especialistas das ciências humanas também estão trabalhando duro para impedir que a doença se espalhe. São antropólogos, psicólogos ou sociólogos, cujo trabalho não chega às manchetes, mas que no passado foi fundamental para deter devastadoras epidemias.
Pandemia de novo coronavírus em 2020 tem aumentado o interesse social por pandemias do passado. Uma delas ocorreu entre 1918 e 1920, matando cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, a chamada “Gripe Espanhola”. A Bahia foi um dos estados brasileiros afetados em uma era em que a infectologia ainda engatinhava.