Nova ópera recorre a desenhos para retratar a trajetória de Pitágoras

A trajetória do filósofo, matemático e músico grego ganha adaptação desenhada com o espetáculo “Pitágoras de Samos”, de autoria de Andersen Viana e produzido pela Cia Mineira de Ópera. Espetáculo será o primeiro escrito, produzido e disponibilizado na internet sobre o filósofo grego.
18 de abril de 2021
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Desenho usado na produção da nova ópera. Imagem: João Guilherme Bufeti.

“Pitágoras de Samos” está sendo realizado com recursos Lei da Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. A produção está em estado avançado. O libreto (texto a partir do qual são compostas óperas) já está pronto, a música já foi produzida e o material impresso foi distribuído aos cantores, ao coro e aos músicos. Agora começam os ensaios de forma individual. Assim que a pandemia permitir os produtores irão gravar o áudio no palco, com todas as precauções possíveis.

O resultado final será um DVD com imagens ilustrativas feita pelo artista João Guilherme Bufeti, editadas pela Carabina Filmes (Carlos Canela) e que será disponibilizado gratuitamente em canal YouTube. O material também será usado ainda como material paradidático em escolas públicas e privadas. Trata-se do primeiro teatro musical do mundo escrito, produzido e disponibilizado na Internet tendo como tema Pitágoras.

“Por ser uma obra inédita e contemporânea, tem-se o privilégio da presença do autor nos ensaios. Algo incomum no mundo operístico. Desta forma, serão feitas oficinas para o alinhamento dos músicos participantes com a obra, sob orientações do maestro André Brant e do próprio Andersen Viana”, destaca o produtor Lucas Teles, diretor da Cia Mineira de Ópera.

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Andersen Viana, autor e responsável pela música e textos do espetáculo,

A ideia de produzir o teatro musicado “Pitágoras de Samos” nasceu de Andersen Viana, autor e responsável pela música e textos do espetáculo, depois de uma conversa com o regente do espetáculo, André Brant em 2019. “A intenção é mostrar todas as faces de Pitágoras. A figura do filósofo é muito lembrada pelo teorema de Pitágoras, estudado nas escolas, mas poucas pessoas conhecem a história dele em profundidade”, diz Andersen, que se dedicou a pesquisas sobre o sábio grego durante um ano.

A expectativa dos produtores é que o projeto crie 29 novas oportunidades de trabalho remunerado temporário na área artística e cultural em Belo Horizonte, que sofre com a crise imposta pela pandemia do coronavírus.

Quem foi Pitágoras 

Nascido em 570 anos a.C, Pitágoras fundou a Escola Pitagórica, da filosofia pré-socrática. A academia, que unia matemática, filosofia, astronomia e música, tinha como discípulos naquela época não só homens, mas também mulheres. Há várias versões para a causa da morte do filósofo, uma delas seria suicídio em razão da perseguição política e inveja que sofria da elite na época. “Há muitas lendas e mitos em relação à história de Pitágoras, uma vez que ela só foi resgatada 200 anos após sua morte”, conta Andersen, lembrando que o drama musical retrata ainda questões como corrupção da alma humana, suborno, assassinatos, genocídio, presentes na sociedade contemporânea. O drama musical, com duração de 90 minutos, resgata ainda um amor – difícil de se realizar – entre Myia, filha de Pitágoras, e Apolônio, discípulo do mestre Jônio.

Serviço

Compõem o projeto: Compositor (música e textos): Andersen Viana; Regente: André Brant; Direção de artes visuais: Regina Mello; Produtor da Companhia Mineira de Ópera: Lucas Teles; Produtor Administrativo: Francisco Caram (Grupo Neoplan)

Elenco: Wagner Soares (tenor): Pitágoras; Fabiola Protzner (soprano): Myia; Pedro Viana (barítono): Apolônio; André Fernando (baixo): Cílon; Ernane Dias (barítono):Soldado; Talita Olivetti: piano; Rafael Matos: percussão; Camila Correa: Soprano

Com informações da assessoria de imprensa.

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.

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