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Museu Transgênero de História e Arte visibiliza artistas trans no Brasil

Museu Transgênero de História e Arte visibiliza artistas trans no Brasil 2

"Escolha", pintura virtual de Guilhermina Augusti. Tamanho: 8192 x 6824 pixels. Materiais: Arte Digital. Ano: 2018. Fonte: MUTHA.

Em 29 de janeiro celebra-se o Dia Nacional da Visibilidade Trans e Travesti. Essa data marca a memória e a resistência da população trans e travesti no Brasil desde 2004, quando ocorreu, em Brasília, a campanha “Travesti e Respeito”, protagonizada por pessoas trans e travestis na luta pela garantia de direitos.

Desde então, a questão da visibilidade tem sido objeto de grande debate público e muita coisa tem mudado. Exemplo disso é o Museu Transgênero de História e Arte (MUTHA). Fundado em 2019 por Ian Habib, homem trans, artista, escritor e professor da UFMG, o museu tem o objetivo de criar incentivos, ferramentas e alternativas à produção de dados sobre violências cotidianas às vivências transgêneras no Brasil. O MUTHA possui dois arquivos principais, um deles online e gratuitamente sobre a memória da população trans.

O “Arquivo Histórico de Dados” possui uma base de dados interativa, com o suporte do Google Formulários, que pode ser preenchida por qualquer artista trans interessada/e/o. O arquivo consiste em um mapeamento de artistas trans a nível nacional. Nesse espaço, é possível encontrar fotografias das/es/os artistas, suas minibiografias e links de acesso a seus currículos e redes sociais. Já o “Arquivo Histórico” está com chamada aberta para receber documentos, como fotografias, panfletos, correspondências, periódicos etc., que remetam à História e memória da população trans no Brasil.

O MUTHA é um museu denominado “transformacional” por seu fundador, ou seja, encontra-se em constante processo de transformação.  Um de seus principais objetivos, além de promover a visibilidade de artistas trans, é “destruir” narrativas históricas tradicionais que silenciam a diversidade de existências e (re)contar histórias com protagonismo da população trans.

A galeria do museu, com demais conteúdos além dos arquivos, pode ser acessada também de forma online e gratuita. Toda a exposição conta com recursos de acessibilidade, como audiodescrição e tradução para a Língua Brasileira de Sinais.

O projeto recebe apoio financeiro da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia, por meio da Lei Aldir Blanc, e conta com um acervo construído de forma coletiva e dialógica. Confira mais detalhes sobre a iniciativa clicando aqui.

 Violência

O Brasil é hoje um dos países mais hostis para a população trans no mundo e a luta por direitos básicos, como reconhecimento do nome social, a própria sobrevivência e qualidade de vida seguem sendo pautas indispensáveis desse movimento social.

Segundo a Agência Brasil, em 2021, foram registrados 140 assassinatos de pessoas trans no Brasil. Deste total, 135 tiveram como vítimas travestis e mulheres transexuais e cinco vitimaram homens trans e pessoas transmasculinas.

Não é à toa a palavra visibilidade compõe o nome da data da celebração da memória trans: essa população sofre historicamente as consequências do silenciamento.

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