Mulheres intelectuais na Idade Média é tema de livro digital gratuito

Novo livro dos historiadores Marcos Roberto Nunes Costa e Rafael Ferreira Costa reavalia o papel da mulher na Era Medieval. Elas atuaram (e muito) no mundo das letras, da medicina a dramaturgia.
30 de outubro de 2019
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A Editora Fi acaba de disponibilizar mais um livro para download gratuito em seu site oficial: “Mulheres intelectuais na idade média: entre a medicina, a história, a poesia, a dramaturgia, a filosofia, a teologia e a mística, dos historiadores Marcos Roberto Nunes Costa e Rafael Ferreira Costa. Clique aqui para baixar o livro na íntegra, que traz a biografia de dezenas de mulheres que se destacaram nas letras durante o medievo.  

Segundo os autores, “é corrente afirmar-se que, antes da chamada Modernidade, não há registro de mulheres na construção do pensamento erudito.  Que, se tomarmos como exemplo a Filosofia e a Teologia, as quais foram as duas áreas do conhecimento que mais produziram intelectuais durante a Idade Média, não encontraremos a presença das mulheres intelectuais nesse período”.

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Isso, entretanto, segundo os autores, não é verdade, embora na maioria dos compêndios de filosofia a presença feminina seja praticamente nula. “(…) Se vasculharmos a construção do Pensamento Ocidental veremos que as mulheres sempre estiveram presentes, contribuindo indireta ou diretamente, seja como sujeito passivo ou ativo desta história. E até é possível identificar a presença de algumas delas já nos tempos remotos, na Filosofia Clássica Antiga, por exemplo, passando pela Antiguidade Tardia, pela Patrística (ou Alta Idade Média), pela Escolástica (ou Baixa Idade Média), até alcançarmos o Renascimento”.

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O livro do historiador Bruno Leal, professor da Universidade de Brasília, é destaque na categoria “historiografia” e “ensino e estudo”da Amazon Brasil. Livro disponível para leitura no computador, no celular, no tablet ou Kindle. Mais de 60 avaliações positivas de leitores.

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.

34 Comments Deixe um comentário

    • Sou estudante de jornalismo, estou no 9° periodo(ultimo). Meu TCC será um livro reportagem com o tema: Delicadas mãos de ferro-mulheres que comandam a polícia militar do RJ. O assunto envolve patriarcado, feminismo e o mais interessante será divulgar como é comandar homens e suas dificuldades por ser mulher. O senhor, professor, teria indicacoed bibliigraficas que pudesse me ajudar e contribuir com meus pensamentos. Esta semana j comeco a entrevistar as oficiais da policia. Desede já sou agradecido.

      • Bruno,
        Parabéns pelo livro. Estou juntando material para o ensaio “Ser Mulher” e muito provavelmente vou comentar seu livro, com os devidor créditos.
        Abs.

  1. Não só esses autores, mas outros tantos vem demonstrando que tudo que aprendemos no colégio sobre o medievo está errado. Esses professores marxistas estragaram a educação histórica fazendo seus reducionismo absurdos.

    • Obrigado pelo comentário, Sir Lancelot! Como exatamente esses professores marxistas fizeram isso? Você se refere a um fenômeno no Brasil ou em outros países? Quais são os reducionismos aos quais você se refere? Pode dar exemplos de obras e dos parâmetros curriculares que demonstrem esse processo? O debate é super importante. É sempre muito bom com colegas que estudam o tema.

      • O sr. Lancelot se equivoca ao se referir a “professores marxistas”, caindo na figura caricata do nosso debate político nacional. Mas ele acerta ao dizer que grande parte do que aprendemos sobre esse período está incorreto.
        Na verdade a culpa não é dos “marxistas” — pelo menos não no sentido que ele quer empregar —, mas sim uma propaganda iluminista, onde os promotores do pensamento iluminista se referiam à Idade Média como “Idade das Trevas”. É uma propaganda de longa data que tomou ares de verdade através da publicação de livros, da criação de filmes e séries, que por sua vez geraram lendas sobre esse período histórico. Para quem se interessar pelo assunto, saiba que essa refutação ao período medieval e o o debate acerca dele estão presentes no mundo acadêmico há muitos anos. Há excelentes publicações, posso citar a historiadora Regine Pernoud, com grandes publicações sobre o tema como a obra “Idade Média, O Que Não nos Ensinaram”, que já foi publicado em português. E também do professor medievalista da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Ricardo da Costa e sua excelente obra “Impressões da Idade Média”.

        Grande abraço!

    • Seu comentário é de uma bostialidade monstruosa Sir Lancelot. Estude a História da Ciência da História e verás que quem fez reducionismo na história foram os Positivistas com uma História das grandes personalidades (que no caso eram homens, governantes, etc) e que a História vista de baixo veio para fazer essa correção. E nem tente descobrir que tipos de pessoas fizeram isso a partir de novos estudos. História não é a idiotice que passa na sua cabeça que todos conhecem todas as fontes históricas e que o conhecimento é imutável. Mas vindo de você com esses pensamentos de uma pessoa não estudada é óbvio que falaria asneiras sem fundamentos.

    • Tal como o nome que escolheu, o senhor vem da idade das trevas! Com que então os marxistas fizeram isso?! E se estudasse, não era bom? ERA!

      • Idade das trevas!? Sério!!! Nós não usamos mais esse termo para definir o período medieval, até mesmo porque ele está longe de ter sido um período de trevas… O Sir Lancelot está no limbo mesmo, perdido entre a história e os dias de hoje.

  2. A Idade Média é um período da História que sempre me instigou me levando a fazer um recorte para pesquisa do meu TCC com o título O perfil da mulher na Idade Média.

  3. Ainda não li a obra em questão. Em breve darei início à leitura. Acredito que seja muito relevante para a historiografia, de modo particular para os historiadores que se dedicam ao estudo da História Medieval.

  4. Não entendo mt. sobre o tema,mas é mt. importante discutir e ler como a mulher se destacou sempre mesmo na época medieval. É uma lástima que algumas ainda não tenham voz ativa p.lutarem contra homens machistas e mulheres machistas.

  5. Que bom encontrar mais uma obra que trata desse assunto que muito nos fazem refletir sobre o que ensinaram e ensinam até hoje. Tenho lido a obra da Régine Pernoud, e são muitas as informações que durante tanto tempo distorceram. Agora me deparo com mais esta. Muito obrigada!

  6. Olá Prof.Bruno Leal e Profa.Ana Paula!
    Boa noite a vocês, jovens historiadores!
    Ainda não li a obra, mas tenho certeza que trará ótimas mensagens para qualquer cidadão de boa lucidez, pois precisamos sim, de uma forte reflexão sobre nossa sociedade atual do século XXI. A figura da mulher sempre foi e será a mais importante do mundo, sem a qual ninguém estaria aqui para abordar o que lhe viesse a mente. Estudei vida e obra de Joana D’Arc, que embora fosse considerada analfabeta, tinha com certeza uma grande sabedoria, e, inclusive, visão política, além é claro, do alcance espiritual que marcou sua trajetória gloriosa, histórica e santificada, bem como seu injusto martírio.
    Os bons historiadores estão voltando a cena, merecidamente. Saudações! Ass.: Nilton

  7. Que bacana passar por aqui. A história sempre me fascinou e, através dela, pude enxergar melhor e discernir muita coisa contraditória que nos foi contada. A história foi fundamental para o meu senso crítico, pois, ela própria, dá brechas para os nossos questionamentos. Até hoje sinto vontade de ser historiadora, para compreender, mais profundamente, o contexto em que fomos forjadas.

  8. Se foi necessário queimarem tantas mulheres nas fogueiras com certeza as mulheres estavam em luta. É só luta quem se organiza e exige um desenvolvimento intelectual e existem estas pessoas em todos os segmentos sociais.Momento de dar visibilidade a esta historia. Parabéns.

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