Morre Beatriz Sarlo, uma das mais importantes intelectuais argentinas, aos 82 anos 1
A professora Beatriz Sarlo participa da sessão de abertura da Flip 2015 - Festa Literária Internacional de Paraty, com a mesa literária: As Margens de Mário (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Morre Beatriz Sarlo, uma das mais importantes intelectuais argentinas, aos 82 anos

Sarlo estava internada há algumas semanas devido a um AVC.
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Beatriz Sarlo, renomada escritora, crítica literária e ensaísta argentina, faleceu nesta manhã de terça-feira (17) aos 82 anos. Reconhecida por suas análises originais sobre cultura, política e literatura, Sarlo foi uma das vozes mais influentes do pensamento crítico na América Latina, marcando várias gerações com suas reflexões sobre o papel da sociedade e da cultura na modernidade.

Sarlo estava internada há algumas semanas devido a um AVC. Segundo o jornal La Nacion, a saúde da intelectual havia se deteriorado muito desde março passado, quando seu filho, o cineasta Rafael Filippelli, falecera. Desde 2022, Sarlo vinha trabalhando em sua autobiografia centrada naquilo que ela denominava o “fato de não entender”.

Nascida em Buenos Aires em 1942, Beatriz Sarlo construiu uma carreira brilhante como professora universitária e autora de obras que exploraram temas como a identidade nacional, a memória histórica e as transformações culturais no século XX. Entre seus livros mais célebres estão “Una modernidad periférica” e “Tiempo pasado”, que se tornaram leituras obrigatórias para estudiosos de ciências humanas. Sarlo também se destacou como fundadora da revista Punto de Vista, uma das publicações intelectuais mais importantes da Argentina durante a ditadura militar.

De reconhecimento internacional, Beatriz Sarlo deixa um grande legado intelectual, que seguirá inspirando debates e reflexões sobre a literatura, a política e a sociedade contemporânea.

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.

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