Faleceu a historiadora cananende-estadunidense Natalie Zemon Davis, aos 95 anos. A informação foi divulgada no “X” pelos historiadores Paul Cohen e David Bell. Davis faria 96 anos no dia 8 de novembro. As causas da morte ainda não foram informadas, e nem a data precisa do falecimento.
De acordo com Cohen, “o seu trabalho sobre a história cultural europeia da Era Moderna moldou profundamente o pensamento de gerações de estudiosos, seu calor e generosidade tocaram a vida de tantos familiares, amigos, estudantes, colegas e camaradas”. Já Bell escreveu: “uma professora brilhante, calorosa e inspiradora, uma pessoa de surpreendente generosidade e integridade e um dos maiores historiadores do nosso tempo.
Davis nasceu em 8 de novembro de 1928, em Detroit, nos Estados Unidos. Lecionou na Universidade Brown, na Universidade de Toronto, na Universidade da Califórnia em Berkeley, e de 1978 até sua aposentadoria em 1996, na Universidade de Princeton.
Especialista em história social e cultural, historiadora ministrou cursos e disciplinas sobre a História da França, de história e antropologia, história social judaica do início da modernidade e história e cinema. Ela também é figura importante no estudo da história das mulheres e do gênero.
Natalie Zemon Davis ganhou vários prêmios e é autora de vários livros traduzidos para diversos idiomas. Entre eles estão Sociedade e Cultura na França Moderna (1975); O Retorno de Martin Guerre (1983), Ficção nos Arquivos (1987), Mulheres das Margens (1995), O presente na França do século XVI (2000), Escravos na tela: cinema e visão histórica (2000), Leão e o Africano (2006), Leo Africanus descobre a comédia: teatro e poesia através do Mediterrâneo (2021) e Ouvindo as línguas do povo: Lazare Sainéan em romeno, iídiche e francês (2022).
Sua mais recente entrevista foi publicada em setembro deste ano para a revista “Nuestra Sociedad”. Nesta entrevista, o entrevistador, Mariano Schuster, perguntou-lhe: “O que você diria a Natalie Zemon Davis, depois de tantos anos de dedicação à história, àqueles que hoje também acreditam que a história pode oferecer não apenas perspectivas sobre o passado, mas também alternativas para o futuro?”. A historiadora respondeu:
“Dir-lhes-ia que continuo a lutar para ser um historiador da esperança e que hoje, embora os riscos sejam mais elevados do que nunca – com a crise climática, o choque da guerra, as ameaças ao governo democrático e constitucional e o ressurgimento do racismo e paixão religiosa – a nossa iniciativa é o que temos. Eu diria-lhes que colaboramos na criação de um mundo seguro e que somos encorajados pelo pensamento das longas lutas da humanidade para sobreviver.