Infanticídio é o nome técnico usado para designar a morte do filho provocada pela mãe por ocasião do parto ou durante o estado puerperal. No código penal brasileiro, o crime é tipificado no art. 123 do Código Penal, cuja pena é de detenção, de dois a seis anos.
Tabu em diversas culturas, esse tipo particular de homicídio tem uma história antiga e envolve uma série de variáveis, que vão desde o estado psicológico fragilizado da mãe até política local e religião. É isso o que mostra o livro “The Trial of Jeanne Catherine: Infanticide in Early Modern Geneva” (em tradução livre, “O Julgamento de Jeanne Catherine: Infanticídio no início da Moderna Genebra), uma nova edição crítica da historiadora Sara Beam, que estará disponível, em inglês, a partir de março de 2021.
Em 1686, em Genebra, Suíça, uma mãe solteira chamada Jeanne Catherine Thomasset foi acusada de envenenar dois filhos pequenos: sua própria filha ilegítima e o filho de uma ama de leite. O episódio deu início a um prolongado julgamento criminal, durante o qual as autoridades interrogaram Jeanne Catherine várias vezes, às vezes com tortura. No século XVII, as mulheres condenadas por infanticídio eram geralmente enforcadas.
O julgamento de Jeanne Catherine é um mistério histórico cheio de suspense que oferece aos leitores a oportunidade de aprender sobre a maternidade, a educação dos filhos, o gênero, a religião, a política local e a prática da justiça criminal no início da Europa moderna. Além das análises da historiadora, Sara Beam, que é professora na Universidade de Victoria, no Canadá, o livro fornece a transcrição completa do julgamento, bem como as deliberações das autoridades de Genebra e diversas correspondências.
Em sua conta no Twitter, a autora comentou: “Sempre quis ensinar aos seus alunos sobre a tragédia dos processos de infanticídio e infanticídio na Europa Moderna? Esta nova edição crítica de um julgamento criminal de 1686 agora torna isso possível. Indico o uso do livro para alunos de graduação.