A menina judia Anne Frank e sua família foram presos no dia 4 de agosto de 1944, em Amsterdã, nos Países Baixos, após um telefone anônimo levar agentes da Gestapo até o famoso “Anexo Secreto”. Depois de 761 dias escondidos, todos acabariam mortos, exceto o pai de Anne, Otto Heinrich Frank. Desde então, historiadores e jornalistas publicaram incontáveis livros e artigos que tentam elucidar a identidade do denunciante. “O último segredo de Anne Frank”, que acaba de chegar às livrarias, publicado pelo selo Crítica, da Editora Planeta, é, talvez, a melhor contribuição a esses estudos.
O livro entrelaça a história de Bep Voskuijl, um das protetoras da família Frank, e de sua irmã Nelly, com a narrativa icônica de Anne. Com apenas 23 anos quando os Frank se esconderam, Bep arriscou a vida para protegê-los, mergulhando no mercado clandestino de Amsterdã para conseguir alimentos e medicamentos debaixo do nariz de soldados e espiões. Depois da guerra, Bep manteve-se distante dos holofotes, e evitava falar sobre o assunto, diferente de todos os outros protetores dos Frank.
Escrita pelo filho de Bep, Joop van Wijk-Voskuijl, e pelo jornalista Jeroen De Bruyn, “O último segredo de Anne Frank” revela como naquele pequeno alojamento, a amizade de Bep e Anne floresceu por meio de conversas profundas e refeições partilhadas. Em contraponto, a obra também expõe detalhes sobre a colaboração de Nelly Voskuijl com os nazistas, um segredo de família guardado a sete chaves. Segundo Joop, a mãe nunca superou a perda de Anne, nem conseguiu afastar a terrível suspeita de que as pessoas no Anexo Secreto haviam sido traídas pela própria irmã.
Em um resgate pela história da própria família, incluindo um caderno de fotos, Joop van Wijk-Voskuijl, com a ajuda de Jeroen De Bruyn, leva leitores novamente ao Anexo Secreto de Anne sob um novo ponto de vista e ensina que, por vezes, guardar um segredo dói muito mais do que revelar uma verdade vergonhosa.
Os autores
Joop van Wijk-Voskuijl é o terceiro dos quatro filhos de Bep Voskuijl. Ele nasceu em 1949, em Amsterdã. Após uma carreira de sucesso como produtor de vídeo e gerente de marketing, Joop aposentou-se em 2010 para pesquisar e contar a história de sua mãe. Ele também é palestrante voluntário, ensinando crianças holandesas e outros grupos sobre Anne Frank, o Holocausto e a resistência durante a Segunda Guerra Mundial.
Jeroen De Bruyn nasceu em 1993, na Antuérpia. Aos 15 anos – a mesma idade de Anne quando ela morreu de tifo no campo de concentração de Bergen-Belsen –, Jeroen começou a pesquisar sobre o Anexo Secreto. Ele conheceu a Casa de Anne Frank em primeira mão ao estagiar lá em 2011. Tornou-se jornalista, contribuindo para importantes revistas de notícias flamengas, como Knack e Joods Actueel, e trabalhando como editor sênior do grande jornal belga Gazet van Antwerpen.
Com informações do Selo Crítica.