Em entrevista recente ao jornal britânico The Guardian, o historiador o Richard Evans, especialista em história da Alemanha nazista, comentou sobre o filme “A Zona de Interesse”, produzida e dirigida por Jonathan Glazer. O filme baseia-se no livro de mesmo nome escrito por Martin Amis e retrata a vida do comandante de Auschwitz, Rudolf Höss, e sua família, durante o Holocausto.
“Eu vi o filme e ajudei Martin Amis com o livro original no qual ele foi baseado. Ele me pediu para lê-lo e eu encontrei uns 50 erros. Ele era um escritor maravilhoso, mas acho que a coisa toda é um pouco moralmente questionável, na verdade”.
Tim Adams, entrevistador do The Guardian, perguntou se as ressalvas de Evans tinham a ver com o afastamento que o filme tinha do fato histórico. Evans respondeu:
“Sim, e o filme realmente se afasta do livro de várias maneiras interessantes e significativas. Acho que há um problema no fato de que o filme retrata a figura central do comandante como uma pessoa que tem esse tipo de vida familiar burguesa feliz. A autobiografia de Rudolf Höss, o comandante de Auschwitz, sugere que isso estava longe de ser o caso. Mesmo assim, é um filme muito poderoso e instigante.”
Trump e pandemias na história
Além de suas reflexões sobre o filme, Evans disse aina na entrevista estar preocupado com a ascensão das extremas-direitas e afirmou que o ex-presidente Donald Trump e seus apoiadores são uma “ameaça real à democracia, em seu fanatismo e negação da verdade”. Ele também revelou estar trabalhando em um novo livro que aborda pandemias na história. “Bem, eu quero tentar um assunto mais alegre: estou planejando escrever um livro sobre pandemias. Já estou farto de nazistas”.
Para ler a entrevista completa, em inglês, clique aqui. Quer saber mais sobre “A Zona de Interesse “? O Café História tem duas críticas sobre o filme, uma do historiador Bruno Leal e outra do cineasta Alex-Levy-Heller.
