História da Educação Paulista

28 de novembro de 2010
Novo site do Arquivo Público de São Paulo oferece documentos valiosos para pesquisas.

Por Bruno Leal

O site “Memória da Educação” é uma importante iniciativa do Arquivo Público do Estado de São Paulo. Lançado recentemente, o objetivo do site é compartilhar documentos sobre a história da educação nos século XIX e XX. O acervo inclui relatórios, dados estatísticos, instruções pedagógicas, revistas, trabalhos escolares, entre outros. São mais de 20 mil imagens e mais de 9 km de documentos disponíveis para consulta.

Dentre os documentos disponibilizados pelo projeto, destaca-se o “Código de Instrução Pública da Província de São Paulo”. O conjunto documental dessa coleção cobre o período que vai de 1852 a 1943. São relatórios que descrevem a situação das escolas, dos professores e outras informações relevantes do universo educacional do estado de São Paulo. O código de 1857, por exemplo, determinava, para a instrução média de um aluno, o ensino “mais desenvolvido” da leitura, escrita, moral, religião, gramática, aritmética e do sistema de pesos e medidas da Província. E ainda: era preciso aprender noções elementares de Geografia Universal, História Universal e Língua Francesa. O ensino de Física e História Natural, por sua vez, limitava-se às escolas para rapazes, enquanto nas escolas para moças ensinavam-se noções de Música e exercícios de Canto. Geometria, Nivelamento e Desenho Linear também constavam do currículo escolar da época.

Escola Normal São Paulo
Escola Normal Livre de São Manoel – Alunos do Curso Fundamental. Relatório de 1933. Foto: APESP.

No site, estão reunidos também os “Annuarios do Ensino do Estado de São Paulo”, produzidos entre os anos de 1907 e 1937 pela “Directoria Geral da Instrucção Publica”, órgão subordinado à Secretaria dos Negócios e do Interior, e também pela “Directoria do Ensino”, ligada à Secretaria da Educação e Saúde Pública. O conteúdo desta coleção inclui centenas de relatórios anuais, expedidos pelas Delegacias Regionais de Ensino da capital e do interior do estado.

Destaque também para publicações de época, que foram digitalizadas na íntegra. É o caso do “Vinte anos de propaganda contra o emprego da palmatória e outros meios aviltantes no ensino da mocidade”, de 1880, escrito por Abílio César Borges, o Barão de Macaúbas, e da “Revista Escolar”, editada entre os anos de 1925 e 1927 pela Diretoria Geral da Instrução Pública com o objetivo de “contribuir para o aperfeiçoamento do ensino público paulista”. Publicada mensalmente, o veículo apresentava modelos de lições e materiais para uso dos professores.

Acesse o site aqui e confira também inúmeras fotografias de atividades pedagógicas e de escolas na capital e no interior no Estado, como Bauru, Itapetininga, Jundiaí, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos, São Carlos, Taubaté, entre outras.


Bruno Leal Pastor de Carvalho – doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É professor do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense. Pesquisa os seguintes temas: criminosos nazistas, mídias sociais e divulgação de história. É fundador e editor do Café História. Atualmente, é pós-doutorando em História Social pela UFRJ.

Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.

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