Deir el-Medina é a mais famosa vila de trabalhadores do Egito, além das tumbas reais que decoravam, os habitantes da vila aplicaram seus conhecimentos artísticos em suas próprias tumbas e nos deixaram amplo conjunto de textos relatando o cotidiano da vila. Isto os posiciona em uma zona ambivalente entre elites letradas e trabalhadores subalternizados. Outras vilas de trabalhadores existiram no Egito antigo, como Heit el-Ghurab, a vila dos trabalhadores no canteiro de construção das pirâmides de Quéfren e Miquerinos em Gizé; el-Lahun, vila de trabalhadores dos trabalhadores no canteiro de construção da pirâmide do faraó Senuosret III; ou a Vila dos Trabalhadores de Amarna, onde viviam os trabalhadores encarregados da tumba real de Amarna e das tumbas dos membros da corte de Akhenaton. Para uma comparação da arqueologia de Deir el-Medina e da Vila dos Trabalhadores de Amarna, veja: LEMOS, Rennan. A religiosidade dos construtores de tumbas no Egito antigo: as vilas de trabalhadores em Amarna e Deir el-Medina, Nearco, vol. 5, n. 2, 2012, p. 129–148.
Vale dos Reis
Bruno Leal
Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.