Em abril de 1792, a França iniciava uma guerra revolucionária que no decorrer dos anos acabaria envolvendo todo o continente europeu e expressivas parcelas do globo. Na primavera de 1793, em oposição a uma convocação por sorteio de pessoas para o serviço militar, iniciou-se um levante de camponeses que abrangeu toda a região ocidental, nos departamentos de Maine-et-Loire, Loire inferior, Vendeia e Deux-Sèvres. Esse levante ficaria conhecido como a Guerra da Vendeia, o mais prolongado e cruento conflito do período. De início, tratava-se de um levante antirrevolucionário (enquanto questionava a convocação militar, os impostos e outros feitos do governo revolucionário), mas não contrarrevolucionário; contudo, líderes da nobreza e sacerdotes refratários à Revolução passaram a liderar tropas e participar do levante, dando a ele tons revolucionários. Os números de mortos na guerra civil da Vendeia são incertos, mas certamente contam com muitas dezenas de milhares. Hoje, o tema é uma das principais reivindicações antirrevolucionárias de autores à direita.
Guerra da Vendeia
Bruno Leal
Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Tem pós-doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas e justiça no pós-guerra.