“A obra de Antonio Gramsci, hoje, no Brasil, é muito mais veiculada pela direita e pela extrema-direita do que pela própria esquerda”. Quem constata este curioso fenômeno é o historiador Marcus Oliveira, especialista em Gramsci que gravou para o Café História TV um especial de seis episódios sobre a vida e a obra do conhecido filósofo e jornalista marxista italiano Antonio Gramsci (1891-1937).
De acordo com Oliveira, a extrema-direita brasileira, especialmente depois de Olavo de Carvalho, tem simplificado a obra de Gramsci afim de denunciar os supostos métodos de hegemonia cultural da esquerda em diversos espaços sociais. Para ele, contudo, “guerra cultural” e termos semelhantes não existem dentro do pensamento de Gramsci.
“A leitura que esta extrema-direita vai fazer sobre pensamento do Gramsci pega a análise política que ele faz e transforma essa análise política em uma simples ideia de doutrinação”, diz o historiador.
Para entender Gramsci
Marcus Oliveira é professor da Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia (Eseba/UFU) e estudou Gramsci em sua tese de doutorado. No especial gravado na Universidade de Brasília (UnB) para o Café História TV, ele explica aspectos gerais da vida e da obra de Gramsci, um dos mais importantes intelectuais do século XX.
Bibliografia obrigatória em cursos de ciências humanas no Brasil e no mundo, Gramsci nasceu em Ales, Itália, em 22 de janeiro de 1891, e faleceu em Roma, em 27 de abril de 1937, em decorrência de vários problemas de saúde que adquiriu ou que foram agravado durante os anos em que passou em uma prisão na Itália fascista. Jornalista e filósofo, Gramsci era Secretário-Geral do Partido Comunista da Itália e deputado pelo distrito de Vêneto. Seu antifascismo o levou a prisão, onde escreveu uma série de reflexões, depois agrupadas nos conhecidos “Cadernos do cárcere”.
A apresentação do especial Antonio Grmasci e o primeiro vídeo (Quem foi Antônio Gramsci) da série já estão no ar. Os próximos cinco vídeos serão publicados ar nas próximas cinco semanas, um por semana. Cada vídeo tem entre dois e sete m