Estudo sobre abelhas publicado no século XVII é digitalizado e ajuda a entender diferentes aspectos da história

Treatise of Bees foi escrito pelo britânico John Levett entre 1646 e 1658. Levett foi um dos pioneiros da apicultura moderna.
16 de junho de 2021
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Detalhe interno do livro, que pode ser agora baixado gratuitamente.

A Universidade de Yale, nos Estados Unidos, digitalizou a obra Treatise of Bees (em português, “Tratado de Abelhas”), escrito pelo britânico John Levett entre 1646 e 1658. O manuscrito é um guia prático de apicultura comercial voltado para “qualquer homem pobre que tenha apenas uma cabana e um quintal”. Para acessar e baixar o documento gratuitamente, clique aqui.

John Levett foi um autor pioneiro no estudo da vida das abelhas. Suas cuidadosas observações ao longo de mais de 20 anos de carreira no século XVII lhe permitiram identificar e mapear as características das colmeias, os comportamentos das abelhas, a produção do mel e seu uso comercial. Ele é autor também do estudo The Ordering of Bees: Or, The True History of Managing Them, publicado em Londres em 1634.

Treatise of Bees é uma ótima forma de conhecer a história da ciência, particularmente da biologia, e também da chamada “História Ambiental”. O livro examina diferentes aspectos da apicultura, desde a seleção inicial das abelhas até as instruções para coar os favos de mel. O autor também faz uma longa discussão sobre a localização adequada das colmeias, recomendando aos apicultores o uso de caixas de madeira empilhadas, ou “baias”, em vez das tradicionais colmeias de palha.

A narrativa de Lavett desperta ainda o interesse dos historiadores sociais. Em meio ao debate sobre as abelhas, por exemplo, o autor descreve o surto de peste em Newcastle em 1636 e a destruição de suas primeiras colmeias pelo “exército escocês”, quando este se aproximou de Newcastle em fevereiro de 1642. De acordo com Lavett, fazendo alusão à sua vida pessoal, ele decidiu escrever este trabalho, apesar de sua falta de notas, pois tinha “muito tempo ocioso durante minha prisão na casa de Winchester.”

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Bruno Leal

Fundador e editor do Café História. É professor adjunto de História Contemporânea do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social. Pesquisa História Pública, História Digital e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre crimes nazistas, justiça no pós-guerra e as duas guerras mundiais. Autor de "Quero fazer mestrado em história" (2022) e "O homem dos pedalinhos"(2021).

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