O Labirinto da Solidão | Cosac Naify | 2014 | 315 pp.
“O Labirinto da Solidão”, do escritor mexicano Octavio Paz, acaba de ser publico pela Cosac Naify. E não se trata de uma edição qualquer. Honrando sua tradição editorial de ponta, a editora teve um cuidado especial com o livro de Paz. A obra chega as livrarias em capa emborrachada e com um projeto tipográfico de títulos muito interessante, que reproduz a ideia de um labirinto em forma de palavras. Tanto cuidado tem suas razões. Escrito entre 1948 e 1949, publicado em 1950, “O Labirinto da Solidão” (El Laberinto de la Soledad, no original) é uma obra emblemática no México, comparável, no Brasil, a clássicos como “Casa Grande e Senzala”, de Gilberto Freire. O livro de Paz é uma tentativa de captar a “alma” do mexicano e do México: suas tradições, culturas, memórias, desejos comportamentos, enfim, a “mexicanidade”. Para alguns, uma “síntese identitária”, para outros, um “tratado antropológico”. Seja como for, o texto de Paz – que é em muitas dimensões polêmico e gerador de críticas – é uma leitura fundamental para quem explora as questão da identidade na América Latina. Interessante notar que essa edição da Cosac Naify traz um Posfácio do autor, datado de 1969, e uma entrevista com o mesmo, em 1975. Saiba mais aqui.
Sob o Signo do Sigma | Eduem | 2014 | 234 pp.
O campo de estudos sobre integralismo acaba de ganhar um trabalho importante: “Sob o Signo do Sigma – Integralismo, Neointegralismo e o Antissemitismo”, do historiador paulista Odilon Caldeira Neto. O livro tem origem na dissertação de mestrado de Neto, defendida em 2011, na Universidade Estadual de Maringá (UEM). No livro, o autor busca compreender a questão do antissemitismo no movimento integralista em dois momentos distintos: a primeira e mais conhecida fase (Ação Intyegralista Brasileira) e os atuais grupos neointegralistas. Além disso, o livro oferece uma síntese histórica do principal representante do fascismo na história do Brasil. Esse roteiro, como não poderia ser diferente, expõe tensões políticas, memórias conflituosas e disputas de legado que são inerentes ao movimento integralista. No total, são quatro capítulos que se debruçam sobre um dos fenômenos políticos mais interessantes surgidos na história do Brasil Republicano e cujo estudo mobiliza hoje centenas de acadêmicos. O livro traz ainda uma orelha assinada por René Gertz (PUCRS) e um prefácio de João Fábio Bertonha (UEM). Confira mais aqui.
A História Refigurada | Contexto | 2014 | 110 pp.
Em 2004, a Editora Contexto lançou no Brasil o livro “A História Repensada”, do historiador norte-americano Keith Jenkins. Embora curto, o livro tinha profundidade e logo passou a ser usado em diversos cursos de história. Em grande medida, tal sucesso se explica pelo texto provocativo, direto e fluido de Jenkins, um dos principais seguidores do historiador Hayden White (que propõe discutir a história enquanto discurso). Dez ando depois, a Contexto lança “A História Refigurada – Novas Reflexões sobre uma antiga disciplina”, que mostra um Jenkins ainda mais insinuante em sua forma de pensar a história. Neste novo livro, o historiador faz uma releitura de alguns problemas colocados em 2004, mas mais do que isso, ele propõe que o leitor questione um modo “tradicional” de se pensar história, escapando, por exemplo, de certas armadilhas conceituais e documentais. Jenkins fala em “desobediência”. De acordo com o autor, embora se saiba que o conhecimento histórico é um esterno construir-se, muitos historiadores ainda teriam uma concepção de uma história total e verdadeira do passado, que se fecha em si mesma. Mais informações aqui.