Dado Villa-Lobos | Dado Villa-Lobos, Felipe Demier e Romulo Mattos | Mauad X | 2015 | 256 pp.
Renato Russo, vocalista da Legião Urbana, a banda de rock mais popular do país, faleceu no dia onze de outubro de 1996, 2h15 da madrugada, no Rio de Janeiro. Tinha apenas 36 anos. Em uma das várias entrevistas que Dado Villa-Lobos, guitarrista da Legião, deu para emissoras de televisão na ocasião, disse que a banda tinha acab-do e o que restava, então, a partir daquele momento, era contar algumas boas histórias sobre a Legião Urbana. Quase 20 anos depois da morte de Renato Russo e do fim da Legião, Dado conta a maior dessas histórias. Acaba de chegar às livrarias do país “Memórias de um Legionário”, publicado pela editora Mauad X e escrito pelo próprio Dado em parceria com os historiadores Felipe Demier e Romulo Mattos. O livro não é exatamente uma biografia de Dado, mas um olhar sobre a trajetória da Legião. Um olhar de alguém que construiu a banda, desde a formação, em Brasília, até os dias de shows lotados no Circo Voador e em estádios de futebol abarrotados de pessoas esperando impaciente-mente para ouvir sucessos como “Será” e “Eduardo e Mônica”. Desde o fim da Legião Urbana até hoje, nenhuma outra banda brasileira de rock teve força suficiente, por exemplo, para lotar um estádio de futebol. A Legião foi um fenômeno que desconhece concorrências na música popular brasileira. Percorrer esse “Memórias de um Legionário” é percorrer memórias de outros músicos do cenário nacional, de bandas que crescemos ouvindo, de amizades, ídolos, fãs e até mesmo a história do Brasil. Uma das histórias contadas por Dado é a da saída de Renato Rocha da banda, o querido “Negrete”. Essa é uma história importante não só devido às circunstâncias tristes da recente morte de Negrete (após uma longa luta contra as drogas), mas porque sempre esteve cercada de boa-tos. Dado explica, por exemplo, que Negrete não saiu da banda porque tocava mal, mas sim devido as suas constantes ausências em gravações e ensaios da banda, além de sua personalidade já na época complicada, sobretudo em escutar os colegas de banda. Se você quiser conhecer um pouco mais dessa e de outras histórias presentes em “Memórias de um Legionário”, clica aqui para saber como adquirir o livro e ficar sabendo de mais informações.
Maquiavel no Brasil | Rodrigo Bentes Monteiro e Sandra Bagno (Org.) | FGV Editora | 2015 | 303 pp.
“Maquiavel brasileiro”. Bem que este poderia ser também o título de “Maquiavel no Brasil – dos descobrimentos ao século XII”, que acaba de ser lançado pela FGV Editora em parceria com a Faperj e a Companha das índias (UFF). O livro é organizado pelos historiadores Rodrigo Bentes Monteiro e Sandra Bagno. Segundo esses dois autores, a obra “apresenta um dos primeiros resultados e algumas hipóteses de pesquisa sobre a presença e as possíveis formas de recepção das obras maquiavelianas no Brasil”, mas tendo a clareza de que ainda há muito o que fazer neste sentido, tendo em vista o vasto volume de material ainda inexplorado em bibliotecas e arquivos brasileiros e portugueses. Maquiavel e sua obra tiveram uma influencia decisiva, como se sabe, na cultura ocidental, sendo decisivo para determinadas concepções políticas, filosóficas, literárias e culturais, além, é claro, do meio militar e, atualmente, empresarial. O livro é dividido em nove capítulos, que começam o império português e chegam até a leitura (ou melhor, os usos e abusos) de Maquiavel na literatura contemporânea. Todas as leituras são bastante interessantes. E algumas até mesmo pouco usuais. É o caso por exemplo do capítulo oito, “Uma versão para o futuro: Vargas, o maquiavélico”, do historiador da Universidade Federal Fluminense, Jorge Ferreira, que coloca perguntas de forma bastante originais. Por exemplo: “a caracterização do governo Vargas como populista, tão largamente utilizada na bibliografia, com suas práticas demagógicas e manipuladoras, não seria um meio para justificar um fim? Para saber mais informações sobre “Maquiavel no Brasil”, clique aqui.
Teoria Drone| Grégoire Chamayou | Cosac Naify | 2015 | 285 pp.
No início dos anos 1990, a mídia internacional destacou a assustadora semelhança entre as imagens da Guerra do Iraque com os videogames: bombas aparentemente inteligentes realizavam “missões cirúrgicas” no campo de batalha, evitando assim a morte de soldados e civis. Famílias de todo o mundo assistiram a todo esse “espetáculo” ao vivo, durante o jantar. Alguns tempo depois, no entanto, descobriu-se que embora avançado tecnologicamente, aquelas novas armas militares nada tinham de cirúrgicas. Imagens de civis mortos, entre os quais muitas crianças, inundaram as páginas dos jornais. A única diferença entre aquela guerra e as demais é que matar tinha se tornado agora um empreendimento mais eficiente e impessoal. Vinte e cinco anos depois, chegou a vez dos “Drones” – aeronaves militares não-tripuladas empregas em combates – atiçarem a imaginação e a preocupação da sociedade. Pensando nas questões morais e filosóficas do tema, o filósofo francês Grégoire Chamayou escreveu “A Teoria do Drone”, que acaba de ser publicado no Brasil pela editora Cosac Naify. Segundo Célia Euvaldo, tradutora da obra para o português, “este livro é o mais abrangente ensaio filosófico para repensar as categorias tradicionais de geopolítica, do direito da tecnologia que sustentam a ideia e as decisões de guerra, e suas implicações para a própria definição de Estado nacional nos dias de hoje”. O livro se divide em cinco capítulos: I. Técnicas e Táticas; II. Éthos e Psiquê; III. Necroético; IV. Princípios da Filosofia do direito de matar; V. Corpos Políticos. Para saber mais, clique aqui.