Sobre o Estado | Cia das Letras | 2014 | 573 pp.
O francês Pierre Bourdieu foi um dos maiores sociólogos de todos os tempos. Isso fica bem evidente quando avaliamos a extensão de sua obra, a vitalidade de seus conceitos e, principalmente, a sua presença em outros trabalhos em ciências humanas. Para aqueles que se identificam com o seu pensamentos, vale a pena olhar “Sobre o Estado”, que a Companhia das Letras acaba de lançar. O livro é uma coletânea de cursos ministrados por Bourdieu no Collège de France entre 1989 e 1992. O foco do Estado permite ver uma síntese do pensamento de Bourdieu. No livro, o autor sustenta a tese da constituição progressiva de um conjunto de campos – jurídico, administrativo, intelectual, parlamentar –, cada um como espaço de lutas específicas, uns competindo com os outros. A obra é dividida em três partes: “Ano 1989-90”, “Ano 1990-91” e “Ano 1991-92”. O grande trunfo talvez dessa coletânea talvez seja ajudar diretamente àqueles que trabalham com algum aspecto ligado ao Estado, não importante a área, da história a sociologia, da comunicação as relações internacionais Clique aqui.
História Mundial | Penso | 2011 | 352 pp.
Diz a antiga marchinha que “recordar é viver”. E nós do Café História também pensamos assim. Como nossa seção é dedicada não só a lançamentos, mas também a dicas em geral, fomos buscar um livro lançado pela Penso editora, em 2011: “História – Introdução ao ensino e à prática”. A ideia é retomar o livro vem em função de nossos novos fóruns sobre ensino de história (veja aqui). “História – Introdução ao ensino e à prática” foi organizado por Peter Lambert e Phillip Schofield. O livro é dividido em cinco partes que tratam, respectivamente: I) a profissionalização da história; II) o questionamento ao paradigma estadista: interdisciplinaridade; IV) movimentos sociais e teoria; V) história pública. Um elemento que perpassa a toda a obra é o fato que todos os autores são americanos ou do Reino Unido, historiografias que nem sempre o leitor brasileiro está tão familiarizado. Isso rende perspectivas bem interessantes. Além disso, o livro é um dos poucos publicados no Brasil que traz alguma discussão sobre História Pública (V), tendência que vem crescendo no país. Veja mais sobre o livro aqui.
O que é o cinema? | Cosac Naify | 2014 | 413 pp.
Já pode ser encontrado nas livrarias O que é o cinema?, do crítico de cinema André Bazin. O livro – publicado pela Cosac Naify – é uma versão atualizada de O cinema: Ensaios, lançada no Brasil em 1991 e que, por sua vez, condensava Que ‘est-ce que le cinéma?, importante obra de Bazin publicada em quatro volumes entre 1958 e 1962. Em O que é o cinema, o leitor encontra sete ensaios de Bazin que não estavam na versão brasileira de 1991, além de uma apresentação e de um epílogo do crítico brasileiro Ismail Xavier. No total, o livro reúne 36 textos que cobrem um longo e pro-dutivo período da história do cinema, indo desde o cinema soviético até o neorrealismo italiano, movimento cujo ápice no pós-guerra encontrou em Bazin um grande entusiasta. Os textos são curtos e a leitura é não-linear. E entre eles há também ensaios mais teóricos, como “Teatro e Cinema”, publicado na revista Esprit, em 1951, onde Bazin fala sobre as aproximações e distanciamentos entre as duas grandes expressões da dramaturgia. Morto aos 40 anos, em 1958, Bazin teve uma vida curta, mas muito produtiva. Parte desse patrimônio você pode ver em O que é o cinema?. Veja mais aqui.
Á Sombra das Ditaduras | Mauad X | 2014 | 231 pp.
Nas últimas duas décadas, nosso conhecimento sobre a ditadura militar no Brasil cresceu significativamente. E isso deu, em grande parte, ao trabalho de historiadores como Carlos Fico, Daniel Aarão Reis, Marcos Napolitano, Samantha Quadrat, Denise Rollemberg, Maria Pala Araújo, Kenneth Serbin, entre outros, que exploraram os mais diversos temas, da conjuntura política que levou ao golpe até o processo de redemocratização. O livro À Sombra das Ditaduras, que acaba de ser lançado pela editora Mauad X, sinaliza que a historiografia sobre o regime militar não só continua original e consistente, como também renovada e em contato com a realidade latino-americana. O livro – organizado por Janaína Martins Cordeiro, Isabel Cristina Leite, Diego Omar da Silveira e Daniel Aarão Reis – traz 13 artigos de jovens historiadores que estudam o regime militar no Brasil e em outros países latino-americanos. Diego Omar da Silveira, por exemplo, explora a renovação do catolicismo durante a ditadura brasileira, enquanto que Caroline Silveira Bauer analise a questão da luta armada na Argentina. Além disso, o livro traz ainda artigos de Nashla Dahás, Isabel Cristina Leite, entre outros. Para saber mais, clique aqui.
David Bowie | Cosac Naify | 2014 | 319 pgs
“David Bowie é o assunto”. É assim que começa o fantástico livro que a editora Cosac Naify, em coedição com Museu da Imagem e do Som (MIS), acaba de lançar sobre um dos mais cultuados [e completos] artistas contemporâneos, o músico David Roberto Jones, o “nosso” David Bowie. O livro – a maior retrospectiva já dedicada ao ele – é indispensável tanto para colecionadores quanto para aqueles que desejam começar a conhecer Bowie. Em dimensões generosas [32cm x 24cm], David Bowie surgiu por ocasião da exposição de mesmo nome montada no Victoria and Albert Museum, em Londres, em 2013, e remontada no MIS-SP, em 2014. Contando com acesso irrestrito ao The David Bowie Archive, o livro é um espetáculo gráfico que combina texto e imagens: figurinos, shows, partituras cartazes, ensaios, ilustrações, leras rascunhas e muito mais. Como explicam Victoria Broackes e Geofrey Marsh, curadores da exposição londrina de Bowie, “sua influência sobre a ampla arena do espetáculo, da moda, das artes visuais, e da identidade continua a formar a cultura contemporânea no mais amplo sentido”. Veja mais sobre o livro aqui.