Soldados | Companhia das Letras | 2014 | 495 pp.
Durante boa parte do pós-guerra, a opinião pública, principalmente na Alemanha, fez uma clara distinção entre o Holocausto e a guerra promovida pelo exército alemão (Wehrmacht). Essa separação ilusória foi desafiada pela primeira vez com uma exposição realizada em 1995, em Hamburgo, intitulada “Guerra de Extermínio: Crimes da Wehrmacht, 1941-1944”, que deixou bem claro que existia sim uma conexão entre as duas coisas. Desde então, artigos, livros e filmes tem procurado mostrar como o Holocausto foi parte integral da guerra no front oriental. “Soldados – Sobre lutar, matar e morrer”, de Sönke Neitzel e Harald Welzer, pode ser visto como parte desse esforço em compreender a natureza e extensão dos crimes de guerra cometidos por soldados alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Os autores analisaram mais de 150 mil páginas de transcrições de conversas entre prisioneiros de guerra alemães, japoneses e italianos, gravadas pelos aliados durante o conflito. A principal proposta do livro é mostrar a banalização da violência na frente de batalha e o processo de brutalizarão sofrido (e imposto) por aqueles que estavam na frente de batalha. Mais informações aqui.
O Silêncio do Algoz | Cia Das Letras | 2014 | 207 pp.
No Camboja de 1971, François Bizot, à época um jovem entólogo francês de 31 anos, aguardava em um dos muitos campos de prisioneiros do regime comunista de Pol Pot o cumprimento de sua pena de morte. Para todos os sentidos, não havia saída. Para Bizot, no entanto, tudo aconteceu diferente. Durante os três meses de cárcere, o francês estabeleceu uma relação de confiança com Deuch, seu carcereiro, um fiel líder do partido comunista. Em um desfecho inusitado, Deuch conseguiu interceder e Bizot foi solto. Mais de trinta anos depois, em 2009, quando começaram os julgamentos do Khmer Vermelho, Bizot foi convidado para testemunhar contra Deuch. Inicia-se aí um intrigante relato que o próprio Bizot conta no livro “O Silêncio do Algoz – Face a face com um torturados do Khmer Vermelho”. Bizot descobriu que seu salvador fora um dos grandes torturadores do Camboja, responsável por torturar e matar mais de 40 mil prisioneiros políticos do regime. Ganhou a alcunha de “o algoz de Tuol Sleng”. Bizot, um dos poucos a sobreviver ao regime, se depara, no livro, com questões morais extremamente delicadas, que tangenciam história, memória, justiça e direitos humanos. O livro foi publicado recentemente pela editora Companhia das Letras. Mais informações aqui.
Simplesmente Zico | Contexto | 2014 | 207 pp.
A jornalista Priscila Ulbrich acaba de publicar pela editora Contexto o livro “Simplesmente Zico”, que faz um balanço da carreira do maior ídolo do Flamengo e um dos maiores a jogadores a vertia a camisa da seleção brasileira. O livro, que chega em boa hora, no contexto dos sessenta anos do “galinho de Quintino”, utiliza depoimentos de colegas, ex-ateltas, atletas, radialistas, técnicos e jornalistas para narrar fatos e fases importantes do jogador. Mais de 134 pessoas participaram da pesquisa da jornalista. No livro, constam relatos Adílio, ex-companheiro de Flamengo de Zico, do sambista Arlindo Cruz, do ex-jogador de Volei Carlão, Cléber Machado, narrador da Rede Globo, entre muitos outros, inclusive adversários no campo. Diferente de uma biografia, “Simplesmente Zico” são relatos de experiência simples, porém pungentes, daqueles que conheceram Zico ou tiveram suas vidas, de alguma forma, tocadas por tudo o que o ídolo eterno da Gávea fez pelo clube. A autora, a jornalista Priscila Ulbrich, é criadora do Donas da Bola, um grupo de mulheres que atuam com jornalismo esportivo. Para mais informações clique aqui.