“A Causa Perdida”: a memória da Guerra Civil nos Estados Unidos

De traidores interessados na perpetuação da escravidão, os confederados, que perderam a Guerra Civil, passaram a ser representados como “artistas da guerra” devotados à proteção de seus lares contra os “invasores” nortistas e dedicados a uma insurreição justa, ainda que fracassada.
5 de outubro de 2020
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Revólver "Colt Navy", modelo confederado, nº de série 2651. Em 1835 e 1836, o inventor e industrial americano Samuel Colt (1814-1862) patenteou um tipo revolucionário de pistola multishot que ainda é usada hoje. Esses modelos confederados são muito procurados por colecionadores da Guerra Civil. Fonte: The Met.
Revólver "Colt Navy", modelo confederado, nº de série 2651. Em 1835 e 1836, o inventor e industrial americano Samuel Colt (1814-1862) patenteou um tipo revolucionário de pistola multishot que ainda é usada hoje. Esses modelos confederados são muito procurados por colecionadores da Guerra Civil. Fonte: The Met.

Em 29 de maio de 1890, uma multidão reuniu-se em Richmond, na Virgínia, nos Estados Unidos, para, após três anos de obras, celebrar a inauguração da estátua em honra a Robert E. Lee, o mais formidável general dos Estados Confederados da América e herói indiscutível da luta contra a União. Entre aplausos e gritos de alegria, e contando com a presença de outros oficiais confederados na audiência, os virginianos davam sua deferência ao exemplo de “força e beleza moral” que havia sido o militar. Vinte e cinco anos depois de sua rendição total em Appomattox, Lee transformava-se em um “soldado cristão sem culpa”, um modelo a ser seguido por todos os habitantes dos Estados Unidos, e juntava-se a seu adversário Abraham Lincoln como um dos veneráveis da nação.

A “canonização de Lee”, como a chama o historiador David Blight, não foi um processo isolado: entre fins do século XIX e meados do XX, uma memória idealizada e romantizada da Confederação tornou-se hegemônica nos Estados Unidos. De traidores interessados na perpetuação da escravidão, os confederados passaram a ser “artistas da guerra” devotados à proteção de seus lares contra os “invasores” nortistas e dedicados a uma insurreição justa, ainda que fracassada. Seus líderes foram, então, agraciados com monumentos em diversas cidades do Sul e os milhares de anônimos que morreram nos campos de batalha receberam comemorações por todo o país. Obras como E o Vento Levou… e O Nascimento de uma Nação, além de novelas populares e livros baratos, ajudaram a consolidar a visão de um Sul de magnólias, luxos e bailes, em que brancos e negros trabalhavam em harmonia até sua destruição pela tirania de Lincoln. Nessas representações, a verdadeira causa a ser defendida era a do Sul, culpado do único crime de reagir contra a usurpação de seus direitos. Seu espírito seria “glorioso na vitória, mas ainda maior na derrota”.  O que fora perda, virou, assim, triunfo; a Confederação arrasada na Guerra era agora vitoriosa na arena da memória.

Perde-se a guerra, ganha-se a memória

Essa combinação da idealização dos Estados Confederados com a sacralização de seus personagens ficou conhecida como “Causa Perdida”, nome originalmente empregado pelo jornalista Edward Pollard em sua “história” da Guerra Civil publicada em 1866. Para o escritor confederado, o conflito encerrado em 1865 havia sido uma luta de morte entre o Sul feudal, aristocrático e cavalheiresco e o Norte interessado em destruir esta “civilização”, intelectual e moralmente superior, em nome da modernidade.

A interpretação do jornalista logo encontrou eco entre diversos apologistas dos derrotados, descontentes com as políticas da Reconstrução e interessado em reabilitar os rebeldes para o futuro. Desta maneira, foram delineados os princípios da Causa Perdida: a defesa impenitente da Confederação e do Sul pré-Guerra; a idealização dos militares confederados como guerreiros inigualáveis, submetidos somente pela força numérica muito maior da União; a redução das causas da secessão de 1861 a uma disputa em torno dos “direitos dos estados”; a trivialização das violências da escravização de seres humanos, convertida em uma instituição “civilizadora” e “benigna”; e, finalmente, a demonização da Reconstrução, considerada uma “subversão” das hierarquias “naturais” de classe e raça, e dos sulistas que com ela colaboraram.  

De romances populares a obras historiográficas, passando por memoriais, filmes e currículos escolares, a Causa Perdida acabou sendo o prisma pelo qual a Guerra Civil e a Reconstrução foram compreendidas por milhões de norte-americanos e americanas entre as décadas de 1890 e 1960, principalmente. A partir da ação de propagandistas como Pollard, o ex-presidente confederado Jefferson Davis, os generais Jubal Early e Bradley Johnson, os romancistas Shelby Foote, Thomas Nelson Page Douglas Freeman e o cineasta D. W. Griffith, as paisagens de um Sul idílico, habitado por senhores bondosos, mulheres caridosas e escravos felizes, foram naturalizadas na memória cultural dos Estados Unidos; de uma Segunda Revolução Americana destinada a impedir o perecimento do governo do povo, pelo povo e para o povo, a Guerra Civil passou a ser uma luta infeliz entre irmãos, causada por radicais irresponsáveis e estimulada por libertos ingratos.

Associações como as Filhas Unidas da Confederação, os Veteranos Unidos da Confederação e a Sociedade Histórica do Sul foram igualmente cruciais para a popularização e proteção da Causa Perdida contra memorializações e interpretações rivais da Guerra Civil e do velho Sul. A primeira, em especial, atuou como uma verdadeira sentinela de proteção à “honra” dos heróis da Confederação, através da vigilância rígida dos currículos escolares no Sul, de campanhas de financiamento à construção de memoriais públicos, organização de arquivos da Guerra e da publicação de obras de divulgação ancoradas nos princípios da Causa Perdida. Graças às suas ações, por exemplo, foram construídos centenas de monumentos confederados e adotados livros didáticos firmemente favoráveis à “visão sulista” da guerra (todo o resto era considerado “falsidades yankees”) nas escolas da região, até pelo menos os anos 1960. Ao mesmo tempo, as Filhas Unidas promoviam rituais e peregrinações periódicas aos principais monumentos confederados (a estátua de Lee em Richmond era parada obrigatória nessas jornadas ), destinadas a “acordar” em seus compatriotas um etos de veneração à Confederação que, segundo o historiador W. Fitzhugh Brundage, não raro adquiria contornos quase religiosos: Deus no Céu, Lee na Terra (e Longstreet no inferno).

O objetivo disso era, evidentemente, construir a Causa Perdida como uma causa sagrada que não admitia outra coisa que não a deferência de seus herdeiros. Por isso, a ocupação completa do espaço público do Sul com políticas de memorialização e interpretações históricas de acordo com esses princípios; tratava-se, diz Brundage, de definir não só o que poderia ser lembrado, mas o que deveria ser rememorado por todos – a imposição autoritária de uma memória única destinada a reduzir a identidade sulista (e, por extensão, do país) a uma identidade exclusivamente branca, independente das inverdades que sustentavam esses mesmos processos de memorialização. Nesse caso, mais importante do que a veracidade dessas representações era o efeito que buscavam na audiência e nas políticas que legitimavam.

Retrato do General Robert E. Lee, oficial do Exército Confederado, 1864. Foto: Julian Vannerson / Biblioteca do Congresso.
Retrato do General Robert E. Lee, oficial do Exército Confederado, 1864. Foto: Julian Vannerson / Biblioteca do Congresso.

De acordo com os pesquisadores Alan Nolan e Gaines Foster, esse impulso inicial de glorificação desmesurada da Confederação veio sobretudo da necessidade racionalização da derrota avassaladora sofrida pelo Sul e da tentativa de justificar a secessão dos Estados Confederados para além da questão da escravidão. Diante da destruição sem precedentes enfrentada pela região, da enorme perda de vidas (duzentos e quarenta mil sulistas morreram na Guerra, cerca de trinta por cento da população masculina local) e das incertezas advindas da ruína confederada, esses escritores, memorialistas e políticos voltaram-se a uma narrativa que almejava tanto resgatar a honra das lideranças sulistas quanto comprovar que a separação do Sul fora legítima e legal. Mas, mais do que isso, contrastavam o desastre econômico e social que se seguiu à guerra com as (supostas) pujança e felicidade de um mundo perdido. Buscavam, em outras palavras, na nostalgia o que não conseguiam encontrar em seu presente.

No entanto, nos anos que se seguiram à Guerra Civil, a Causa Perdida competiu publicamente com outras visões do embate que enfatizavam tanto seu aspecto emancipatório para os afro-americanos/as quanto a necessidade de uma reconciliação entre os inimigos de outrora. Nas memórias emancipacionistas, ancoradas nas experiências e relatos dos mais de cem mil negros que lutaram pela União, a Guerra Civil era nada menos do que o “renascimento em liberdade” preconizado por Lincoln em 1863 e os confederados não passariam de escravocratas traidores, enquanto que a memorialização reconciliadora era uma tentativa de elaboração das mortes de 600 mil norte-americanos, independente da justiça ou não de suas causas, que enfatizava a importância de que as feridas abertas pelo morticínio fossem curadas rapidamente. Muitas vezes ambas convergiam; noutras tantas divergiam. De todo modo, até a década de 1890, prevaleceram em relação à Causa Perdida e sua defesa explícita da supremacia branca. A partir desse momento, porém, foram sobrepujadas por esta tradição, até tornarem-se incapazes de romper sua hegemonia na arena pública, com raras exceções.[1] O que aconteceu?

Raça e reunião

No contexto de passagem de um século a outro, as mudanças sociais e políticas no Sul, especialmente com a retomada completa de controle da região pelo Partido Democrata dos supremacistas brancos, e no Norte, onde a intensificação dos processos de industrialização, radicalização operária e imigração europeia geravam ansiedade e temor nas classes médias e altas, levaram a uma “nacionalização” da Causa Perdida amparada no duplo imperativo de “raça” e “união”.

No primeiro caso, tratava-se de usar o passado confederado para dar legitimidade à segregação racial que encontrava seu arcabouço legal exatamente nessa situação histórica. Esta memória da Confederação articulava-se, assim, com todo o aparato de violência do Sul sob as Leis Jim Crow. A reivindicação do “heroísmo confederado” e a redução dos afro-americanos à figura dos “escravos fiéis” típica da Causa Perdida servia para assentar as políticas segregacionistas numa continuidade histórica inquebrantável entre o Sul pré-Guerra e o Novo Sul dos redentores.[2] A monumentalização dos líderes confederados, lembra o historiador Henry L. Gate Jr., veio acompanhada das fraudes eleitorais, da retirada de direitos políticos dos negros, dos linchamentos e das intimidações contra comunidades inteiras características de Jim Crow – as estátuas de Lee, para ficarmos somente com um exemplo, diziam aos afro-americanos “saiba o seu lugar”.

“A Causa Perdida”: a memória da Guerra Civil nos Estados Unidos 1
“Prisioneiros da Frente”, pintura de Winslow Homer. O material que Homer coletou como artista-correspondente durante a Guerra Civil forneceu os temas para suas primeiras pinturas a óleo. Em 1866, um ano após o fim da guerra e quatro anos depois de supostamente começar a pintar a óleo, Homer concluiu este quadro, um trabalho que estabeleceu sua reputação. Ele representa uma cena real da guerra na qual um oficial da União, o Brigadeiro General Francis Channing Barlow (1834-1896), capturou vários oficiais confederados em 21 de junho de 1864. O fundo retrata o campo de batalha em Petersburg, Virgínia. A fotografia infravermelha e inúmeros estudos indicam que a pintura passou por muitas mudanças no curso de conclusão. Texto e imagem: The Met.

Da mesma forma, as representações culturais dos “escravos fiéis” ou da “Reconstrução selvagem”, exemplificadas respectivamente tanto pelas “mammies” quanto pelo mito do negro estuprador[3], foram instrumentais para a justificação do terror racial, sob o pretexto de que era necessário “salvar o Sul” tanto da ignorância quanto da barbárie. Nesse sentido, a transformação de Guerra Civil em uma “guerra pela preservação de um estilo de vida”, com a devida ocultação dos horrores da escravidão ou dos atos sediciosos do Sul que antecederam o conflito, servia o propósito de assegurar que as memórias emancipacionistas fossem deslegitimadas de antemão e de impor uma reconciliação nacional nos termos do Sul. Isso ficou explícito nas comemorações dos cinquenta anos da batalha de Gettysburg, o episódio mais mortífero de toda a guerra, quando o então presidente Woodrow Wilson declarou ser impertinente perguntar sobre os “motivos” do embate (o que implicaria, obviamente, falar da escravidão), além de reduzir os “exemplos” de Gettysburg ao valor e ao auto sacrifício dos que morreram em cinza e azul para construir a nação. Enquanto Lincoln viu ali as sementes de um renascer em liberdade, Wilson, um político francamente segregacionista e admirador da velha Confederação, viu “irmãos e camaradas” (brancos) reunidos em paz e vigor: raça e reunião. Todavia, para os afro-americanos/as, observa Gates Jr., tudo isso fazia parte de uma “retórica de terrorismo” destinada a lhes infligir medo e terror e amparar atos de indizível crueldade.

“A Causa Perdida”: a memória da Guerra Civil nos Estados Unidos 2
O livro “A Causa Perdida”, do jornalista Edward Pollard.

Ademais, o mote da reunião, ordenada pelo imperativo da raça, era oportuno para as classes médias e altas nortistas não só cansadas dos antagonismos herdados da guerra, mas também assustadas com a agitação social em suas cidades. Naquelas circunstâncias, os confederados foram reimaginados como verdadeiros heróis norte-americanos similares a Washington e Jefferson (e, paradoxalmente, a Lincoln), mesmo que sua causa secessionista pudesse ser equivocada. Assim como Lee e seus exércitos haviam lutado contra radicais e agitadores no passado, cabia, nas primeiras décadas do século XX, aos “reais” norte-americanos lutarem contra os radicais e agitadores, estrangeiros em sua grande maioria, daquele presente. Sob essa ótica, “a Causa Perdida emergiu como uma arma útil contra o radicalismo e um bastião contra a diversidade social e a desordem”.[4] O reconhecimento, por setores nortistas, do valor confederado e de seu patriotismo cumpria a missão de finalmente reunir e reconciliar irmãos há muito separados para a luta contra os novos inimigos da nação.

Foram esses dois imperativos, portanto, que ajudaram a sobrepujar memórias alternativas, as emancipacionistas em particular, pois se todo o ímpeto libertador da Guerra Civil fosse recordado, os princípios da Causa Perdida cairiam por terra. Isso colocaria em risco as fundações onde se edificavam a segregação e o terror racial comuns ao Sul “redimido” porque revelariam que a guerra foi, em suma, uma disputa entre um Estado fundado para a preservação da escravidão e outro, com todos os seus limites, engajado na sua destruição. Por isso, a Causa Perdida, para ser bem-sucedida, precisou assentar-se num conjunto de fraudes e fabricações que, no entendimento do historiador Adam Domby, faziam dela uma “Causa Falsa”: um tipo de negacionismo histórico produzido para legitimar a supremacia branca, apagar a violência escravista do registro histórico e desumanizar milhões de indivíduos através da comemoração de um país que fez da desigualdade racial a razão de sua breve existência – uma memória que, nas palavras do abolicionista Frederick Douglass, a principal voz a se levantar contra a Causa Perdida em seu tempo, garantia que “a causa perdida na guerra fosse reconquistada na paz”.[5] Por seis décadas, assim o foi.

O passado e o futuro de uma causa

Com o Movimento pelos Direitos Civis dos anos 1950 e 1960 e o resgate bem-sucedido de uma memória emancipacionista da Guerra Civil (não foi à toa que Martin Luther King escolheu o Memorial Lincoln para fazer seu discurso mais famoso), a Causa Perdida entrou em crise, mesmo que seus defensores tenham continuado a existir e ter importância. Setores conservadores e libertários norte-americanos (mas não só norte-americanos), por exemplo, continuam afirmando a falsidade de que a Guerra não foi sobre a escravidão, associando Lincoln e seu Partido Republicano ao “Estado grande” que tanto detestam, louvando o “patriotismo” e “retidão moral” dos líderes da Confederação e defendendo o uso público de seus símbolos.

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“O que fora perda, virou, assim, triunfo; a Confederação arrasada na Guerra era agora vitoriosa na arena da memória.”

Arthur Lima de Avila

Uma olhadela no sítio virtual do Instituto Mises norte-americano, repleto de elogios à “política econômica” da Confederação e à “legitimidade” da secessão diante de um “governo tirânico”, serve para demonstrar o vigor da Causa Perdida nesses setores. Similarmente, nos anos 2000, os Filhos dos Veteranos Confederados, associação herdeira dos Veteranos Unidos da Confederação, protestou veementemente contra a construção de um monumento, o primeiro do país, à Reconstrução, sob o argumento de “aumentaria as divisões raciais” nos Estados Unidos e de que o período havia sido “horrível” para o Sul. Há, claro, toda uma tentativa de se apartar essa tradição do supremacismo branco que a construiu e de higienizar sua história, reduzindo-a a um simples respeito aos ancestrais desprovido de maiores finalidades políticas. Essa associação, contudo, sempre retorna violentamente – como no assassinato de nove pessoas em uma histórica igreja negra de Charleston por um fanático pelas insígnias da velha Confederação, ocorrido em 2017, ou na reivindicação da estátua de Lee por neonazistas durante sua marcha por Charlottesville, no mesmo ano.

Por fim, as guerras de história e memória que atravessam os Estados Unidos da Era Trump, onde o próprio presidente se diz determinado a preservar uma história “patriótica” (também) fundamentada pelos imperativos de ração e reunião, demonstram que a disputa em torno do passado confederado, animada pela emergência de um poderoso movimento antirracista de massas, continuará central à nação até o momento em que a longa Reconstrução terá finalmente terminado. Se, claro, os fantasmas da Confederação não se levantarem novamente.

Notas

[1] O culto a Lincoln, que culminou com a inauguração do memorial a ele dedicado em Washington no ano de 1922, foi uma das poucas memórias unionistas capaz de fazer frente à Causa Perdida.

[2] O termo “Redenção” foi utilizado pelos democratas e demais supremacistas brancos para se referir ao término da Reconstrução e a sua retomada do poder político local.

[3] DAVIS, Angela. Estupro, Racismo e o Mito do Estuprador Negro. São Paulo: Boitempo, 2018.

[4] BLIGHT, David. Race and Reunion: The Civil War in American Memory. Cambridge: Harvard University Press, 2001. p. 276.

[5] DOUGLASS, Frederick. Lessons of the Hour. Baltimore: Thomas & Evans, 1894. p. 24.

Referências Bibliográficas

BLIGHT, David. Race and Reunion: The Civil War in American Memory. Cambridge: Harvard University Press, 2001. p.

BRUNDAGE, W. Fitzhugh. The Southern Past: a clash between race and memory. Cambridge: Harvard University Press, 2008.

DAVIS, Angela. Estupro, Racismo e o Mito do Estuprador Negro. São Paulo: Boitempo, 2018.

DOMBY, Adam. The False Cause: fraud, fabrication, and white supremacy in Confederate memory. Charlottesville: University of Virginia Press, 2020.

DOUGLASS, Frederick. Lessons of the Hour. Baltimore: Thomas & Evans, 1894.

FOSTER, Gaines M. Ghosts of the Confederacy: defeat, the Lost Cause and the emergence of the New South. Oxford: Oxford University Press, 1987.

GATES Jr., Henry Louis. Stony the Road: Reconstruction, white supremacy and the rise of Jim Crow. New York: Penguin Press, 2019.

NOLAN, Alan T.  The anatomy of a myth. In: GALLAGHER, Gary W. & NOLAN, Alan T. (org.). The Myth of the Lost Cause and Civil War History. Bloomington: Indiana University Press, 2010. p. 17-42.

Como citar este artigo

AVILA, Arthur Lima de/ “A Causa Perdida”: memória da Guerra Civil nos Estados Unidos (Artigo). In: Café História. Publicado em 05 out de 2020. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/causa-perdida-guerra-civil-eua/. ISSN: 2674-59.

Arthur Lima de Avila

Professor Adjunto no Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de História, com ênfase em História da América, Teoria da História, Historiografia e História dos Estados Unidos, atuando principalmente com os seguintes temas: teoria da história, história intelectual, usos do passado, historiografia norte-americana, história do Oeste norte-americano e dos Estados Unidos.

7 Comments Leave a Reply

  1. Mesmo passados estes anos todos os direitos humanos nos USA ainda estao muito aquem do nìvel europeu.
    Mesmo passados estes anos todos nao se ve uma melhoria dos direitos das minorias,negros e latinos,
    Teem que mudar de polìtica para começarem a ter algum progresso neste sentido,senao os milhares de mortos nesta guerra em 1861-1865 nao deu os resultados merecidos por tanto sacrifìcio e sangue perdidos!

    • A causa da Guerra Civil americana não teve como causa única o fim do escravagismo até porque Lincoln aceitava uma abolição gradual da escravidão negra. A causa que levou a guerra foi econômica.

  2. Obrigado pelo generoso e paciente texto. Há um pequeno erro no último parágrafo: ” imperativos de ração e reunião”.

    Abraços.

  3. Excelente conteudo historico. Parabens. Nao tem oque se comentar. Esta tudo ai.

    Se for possivel, sabermos a respeito dos Nativos americanos. Os Indigenas.

    Abrçs

  4. Parece, posso estar errado, que os alemães conseguiram “ajustar as contas” com seu passado nazista, coisa que a sociedade brasileira não consegue fazer com seu passado escravista e genocida, bem como a sociedade estadunidense com a Guerra da Secessão.

  5. TODO RACISMO EXISTENTE EM QUALQUER TEMPO FOI UM SUBTERFÚGIO DE OBTER LUCRO TANTO NA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA INGLATERRA, REVOLUÇÃO FRANCESA, GUERRA CIVIL AMERICANA, INDEPENDÊNCIA DOS PAÍSES LATINOS AMERICANOS, PRIMEIRA E SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, ATÉ TEMPOS ATUAIS…TUDO A OBTER PODER ECONÔMICO E FINANCEIRO DAS CLASSES DOMINANTES SOBRE A FARTA MASSA POPULACIONAL POBRE A TRABALHAREM COMO ESCRAVOS OU SEMI-ESCRAVOS TANTOS NAS INDÚSTRIAS TEXTEIS, CAMPOS DE ALGODÕES, OU MESMO COMO PESSOAS ALIENADAS A MORREREM NOS CAMPOS DE BATALHAS….

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