A bruxa está solta. Pelo menos na quarta edição do Seminário Virtual Internacional de História Moderna, que este ano será dedicado ao fenômeno de caças às bruxas. O evento acontece nos dias 10 e 11 de maio de 2021 e reunirá centenas de historiadores especializados em bruxaria e outros temas de História Moderna.
As bruxas e a bruxaria são temas mais do que presentes na cultura popular e pop. Estamos acostumados com eles com filmes, programas de televisão, lendas e contos de terror que moldam um certo imaginário sobre o assunto. Entre os historiadores, o interesse pelas bruxas e pela bruxaria também é enorme. Mas no campo da pesquisa histórica, a questão é diferente: o que os historiadores mais querem é compreender elementos como perseguição social, misoginia, gênero, religiosidade, violência e tantos outros problemas históricos que fazem parte deste passado.
Há uma infinidade de interpretações e abordagens referentes ao que teria representado a figura da bruxa ao longo da História. Pode-se dizer que, desde o século XIX, no campo historiográfico, tem sido recorrente tanto o interesse dos pesquisadores em compreender essa figura, como a multiplicidade de olhares para com as mulheres acusadas de pactuarem com o Diabo. Muitos trabalhos destacaram, assim, o peso que os mecanismos de perseguição adquiriram para o que, posteriormente, foi denominado de “fenômeno de caça às bruxas” no Ocidente europeu.
Entretanto, somente nas últimas duas décadas que as pesquisas, cuja influência das teorias feministas tem sido relevante, começaram a problematizar esse fenômeno a partir do que se sabe sobre essas mulheres que foram perseguidas por acessarem o sobrenatural de forma ilícita, principalmente no campo das relações com o Diabo.
A emergência do gênero como campo de conhecimento para a História influenciou decisivamente na reorientação dessas pesquisas, que passaram a defender a agência das mulheres no desenvolvimento desse fenômeno, bem como a relevância das relações de poder, dos discursos normativos e da subversão do patriarcado.
De acordo com o historiador Daniel Carvalho, professor de História Moderna da Universidade de Brasília (UnB) e colaborador do Café História, a Bruxaria é mesmo um grande tema da historiografia, desde pelo menos o aparecimento da importante obra do historiador francês Jules Michelet (17981874), “A Feiticeira”, de 1862.
“E, no século XX, o assunto não deixou de ser objeto grandes historiadores, recebendo estudos de nomes como Keith Thomas, Le Roy Ladurie Carlo Ginzburg e Stuart Clark, apenas para ficarmos entre os mais conhecidos. Os historiadores brasileiros, por sua vez, produziram estudos importantíssimos sobre o tema, a começar pela obra de Laura de Mello e Souza. O tema da bruxaria toca em questões caras para o presente, como as relações de gênero, a intolerância religiosa e a diversidade. Por isso, é muito importante que continuemos a debater o tema e produzir interpretações renovadas”, disse Carvalho ao Café História.
Serviço
O evento é aberto para acadêmicos e não acadêmicos, e será realizado entre os dias 10 e 11 de maio, contando com a organização dos professores Angelo Assis (UFV), Marcus Reis (UNIFESSPA) e Yllan de Mattos (UFRRJ). As mesas de discussão serão gravadas e postadas na página do evento no Facebook, nas datas citadas, bem como no canal do YouTube do projeto. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até o dia 9 de maio através do seguinte endereço: https://tinyurl.com/439h4srf. Para quem precisar, haverá emissão de certificado após o evento. A organização, feita pela UFV, UNIFESSPA e UFRRJ, anunciou que divulgará em breve a programação completa. Com informações da organização do evento.
Uma era negra, para as mulheres, que sempre foram subjulgadas, descriminadas, e destituidas de todos e quaisquer direitos
Por favor,não consegui ver se esta inscrição é gratuita,alguem pode responder, adoro história mas,não posso aumentar meus gastos,obrigada.
Oi, Elvira. Na notícia está escrito que as inscrições são gratuitas.
Tem certificado, Bruno? Grata
Oi, Iane. Tudo bem?
Tem certificado sim.
A informção está na notícia.
abs!
Bruno, perdão, mas não consigo visualizar o horário. Já fiz a inscrição, paguei o valor do certificado, mas me perdi quando da consulta ao horário.