Na polarização política que vem ganhando força no país – e, talvez, no mundo – alguns velhos bordões anticomunistas reaparecem como que vindos direto do período da Guerra Fria. Ou da década de 1930. Ou quem sabe de antes. E com isso, importantes perguntas tornam a emergir: o anticomunismo é uma característica exclusiva dos discursos “de direita”? Continuam sendo alimentados – e propagados – mais por um imaginário aterrorizante do que por referenciais teóricos e práticas ou ameaças reais? Que ações de exceção estes discursos legitimam?
Essas perguntas não são novas – fazem parte das investigações dos pesquisadores da área interdisciplinar que podemos chamar de “estudos sobre o anticomunismo” há bastante tempo –, mas demonstram a necessidade de compreender o fenômeno do anticomunismo em seu caráter histórico. E este é o objetivo principal desse artigo que, ao levantar algumas questões, pode também lançar algumas luzes sobre o presente.
Vídeo do governo americano no pós-guerra: “como identificar um comunista”.
Antes de começarmos, no entanto, vale chamar a atenção para o fato de que muito dos discursos anticomunistas são caracterizados não só por oposição ao comunismo – doutrina político-econômica surgida no século XIX no contexto da Revolução Industrial e que visava combater a exploração da classe trabalhadora, almejando, ainda, uma sociedade sem classes –, como também a outras ideias e um “amálgama do mal” a ser combatido. Essas outras ideias variam com as circunstâncias do momento histórico e do local. É comum no Brasil, por exemplo, se associar o comunismo a pautas sociais “progressistas” por conta das circunstâncias das disputas políticas.
O que é o anticomunismo?
O anticomunismo é um fenômeno histórico que remonta ao século XIX, sendo encontrado tanto na Europa quanto na América. Está presente não apenas em discursos que pregam a perseguição de comunistas, mas também em um conjunto de ideais em defesa da propriedade privada que colocam o comunismo como uma ameaça à democracia1 – segundo alguns discursos liberais, a democracia seria possível apenas no capitalismo.2
Na obra Dicionário de Política, Luciano Bonnet afirma que o anticomunismo pode ser entendido não somente como um conjunto de ideias do campo das “direitas”3 contrárias ao comunismo, mas sim como um fenômeno muito mais complexo e também com uma grande pluralidade.4 O autor aponta que existem anticomunismos de origem fascista, clerical ou reacionário, os quais podem desencadear ações de violência, pois parte de seu discurso e prática consistem na oposição ferrenha aos comunistas e à caracterização destes como fonte de todo tipo de malefícios, por exemplo, na encíclica Divinis Redemptoris, de 1937, na qual o papa Pio XI afirmava que “vós, sem dúvida, Veneráveis Irmãos, já percebestes de que perigo ameaçador falamos: é do comunismo, denominado bolchevista e ateu, que se propõe como fim peculiar revolucionar radicalmente a ordem social e subverter os próprios fundamentos da civilização cristã.”5 Hitler, por sua vez, afirmou, durante o processo eleitoral de 1933, que o marxismo era o principal inimigo do movimento nazista. “Jamais, jamais me desviarei da tarefa de esmagar o marxismo… Só pode haver um vencedor: ou o marxismo ou o povo alemão! E a Alemanha triunfará!”6 Bonnet afirma ainda que é possível encontrar o anticomunismo no meio liberal e até dentro do próprio espectro de “esquerda”, mais próximo aos ideais socialdemocratas, que defendem uma economia mais livre do controle estatal.
O historiador Michael J. Heale ressalta que, desde o século XIX, o anticomunismo já permeava o ideal republicano de segurança nos Estados Unidos. Mas é no século XX, sobretudo após a Revolução Russa de 1917, que o anticomunismo se tornou uma das forças políticas mais importantes e influentes no mundo, responsável por nortear uma poderosa estratégia do chamado “mundo ocidental” contra o comunismo, principalmente aquele vindo da recente União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.7 Um relevante aspecto para entender esse destaque que as ideias anticomunistas ganharam é compreender a própria mensagem anticomunista e os canais de que ela se utiliza.
Anticomunismo e mensagens para massas
No contexto da Guerra Fria – que podemos definir, resumidamente, como o período após a Segunda Guerra mundial (1945) e a queda do Muro de Berlim (1989), e marcado pela disputa entre um bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e outro socialista, liderado pela União Soviética8–, os estadunidenses tornaram-se os principais propagadores de uma cultura anticomunista, embora não tenham sido os únicos. Para isso, valeram-se da recém-criada indústria cinematográfica, das histórias em quadrinhos e da imprensa:9 por meio da cultura e do entretenimento, os meios de comunicação de massas permitiram às ideias anticomunistas um alcance muito mais amplo que no passado.
Porém, para a construção do imaginário anticomunista, a forma como o comunismo era representado é tão (ou mais) importante quanto os canais que faziam circular as informações. O cinema, as artes e a literatura retrataram os comunistas como seres maléficos, sem alma ou coração, incapazes de amar e atuando apenas por meio de “orientações de Moscou”. Assim, a figura do “inimigo” do mundo ocidental e seus “valores”, entre eles a democracia, ganhou no período um rosto e uma personalidade. Vale destacar a ironia histórica: os argumentos anticomunistas viriam a alimentar o rompimento com a democracia em diversos regimes ocidentais capitalistas.
É importante ressaltar que muitas pessoas acreditavam, de fato, que os comunistas, tal como se via nos filmes, eram capazes das piores atrocidades. Aquilo que pode ser visto hoje como uma paranoia, uma distorção do real, era visto como uma verdade por milhões de pessoas que acreditavam – e ainda acreditam – no poder e na falta de escrúpulos dos comunistas.
Paranoia: caça às bruxas e os mitos de complô
Uma das grandes preocupações dos governos ocidentais era a capacidade de disfarce dos comunistas. Eles poderiam estar em todos os lugares, nas igrejas, na televisão, nas escolas e universidades, no campo ou infiltrados nos governos. Alguns cineastas ironizaram esse discurso, caso do diretor Stanley Kubrick, que no filme Dr. Strangelove (1964) representou o exagero e até mesmo a irracionalidade do discurso anticomunista. No filme, o general Jack Ripper acreditava que os russos haviam contaminado a água dos Estados Unidos e ordena um ataque. Por mais que o enredo retratasse uma ameaça real – a possibilidade de uma guerra nuclear entre URSS e EUA e a destruição do mundo – por outro, abordava com grande ironia a paranoia anticomunista.
Porém, o anticomunismo não pode ser visto como uma manifestação política irracional. Se os filmes retratavam o caráter maligno e ardiloso dos comunistas, na vida real o governo estadunidense também acreditava nisso. Não fortuitamente, foi criado, em 1938, o “Comitê de Atividades Antiamericanas”, que além de investigar funcionários públicos, foi para Hollywood a procura de atores e diretores supostamente comunistas.
Fazendo um paralelo com a análise do historiador Raoul Girardet, em Mitos e mitologias política¸ é possível afirmar que o “mito do complô” (que é bastante antigo na História) foi reforçado durante a Guerra Fria, agora através dos “soldados de Moscou”. Segundo Girardet, para que um complô tenha êxito é necessário conectá-lo a elementos negativos, que nos remetam a pesadelos, animais perigosos e peçonhentos, com garras e presas, das quais é impossível escapar, ou um monstro que nos devora e nos despedaça.10
No caso do complô anticomunista, o monstro em questão vestia vermelho e defendia o fim da propriedade privada. Essas questões nos levam a pensar em que medida os sentimentos podem adentrar o espaço do político e mobilizar ações bastante práticas no cotidiano social – afinal de contas, o temor anticomunista gerou táticas de guerra, produção de manuais de combate e tortura, além do treinamento de agentes (nem sempre) secretos, com o apoio de parte da sociedade civil.11
Duas expressões do anticomunismo no Brasil: passado e presente
Para discutirmos a circularidade das ideias comunistas no Brasil, vamos nos voltar para duas datas importantes: 19 de março de 1964 e 15 de março de 2015. Veremos que o país passa por momentos diferentes, mas o povo vai às ruas por insatisfação com seus representantes eleitos e, em meio a tantas vozes, parte dos movimentos organizados que lideraram ou convocaram a população também se utilizam de discursos anticomunistas, acusando os governantes, além de corrupção e inabilidade econômica, de proximidade com o comunismo.
Em 15 de março de 2015, aproximadamente 1 milhão de pessoas foram às ruas pedindo a saída da então presidenta Dilma Rousseff em todo o país. Além dos discursos contra o Partido dos Trabalhadores e seus líderes, era possível ouvir gritos pedindo a volta dos militares e o combate ao comunismo.12 Em São Paulo, a manifestação, organizada por diferentes movimentos, como Movimento Brasil Livre, Vem Pra Rua e Revoltados Online, contou com carros de som do chamado movimento SOS Forças Armadas, o qual abriu seus microfones a Carlos Alberto Augusto, antigo agente do DEOPS-SP e conhecido como Carlinhos Metralha.13 Saudado por militares da ativa e aplaudido por manifestantes, Metralha gabou-se de tirar mais de 800 fotos com manifestantes com um cartaz “quero ser ouvido pela Omissão da Verdade”, e também afirmou “o que eles querem no Brasil é um regime comunista” . Não foi o único. Frases como “a nossa bandeira jamais será vermelha”, “livrai-nos do comunismo”, “fora comunismo”, “intervenção militar já” estavam escritas em diversos cartazes. No fim do ato, Fábio Pereira Simão, um dos manifestantes pró-intervenção, quase sem voz pediu socorro em frente ao Comando Militar do Sudeste-SP.
Um ano depois, o discurso anticomunista ganharia mais força não só durante o processo de impeachment, mas também em torno de discussões do projeto Escola “Sem” Partido e daquilo que setores conservadores denominam erroneamente como “ideologia de gênero”.14 Para eles, estaria em curso, não somente no Brasil, uma suposta estratégia dos comunistas para destruir as famílias, a moral e os bons costumes. Espaços públicos, universidades, imprensa e as artes estariam dominadas por “segmentos marxistas”, demonstrando “sinais de que o marxismo cultural é o ópio da universidade contemporânea.”15 Na votação pela abertura do processo de impeachment em 17 de abril de 2016, o deputado Jair Bolsonaro declarou seu voto afirmando que “”Perderam em 64. Perderam agora em 2016. Pela família e pela inocência das crianças em sala de aula, que o PT nunca teve. Contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff.”16
Recuando no tempo para 19 de março de 1964: ocorreu na cidade de São Paulo a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, seis dias após o comício do presidente João Goulart na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, em defesa das Reformas de Base. Estima-se que mais de 500 mil pessoas estiveram na Praça da Sé, na capital paulista, protestando pela saída de Jango e contra o comunismo. Era possível ler frases como “Verde amarelo sem foice nem martelo”, “o Brasil não será uma nova Cuba”, “comunismo não, democracia sim”. O mês de março foi o ponto alto de um processo de grandes tensões que vinham desde a renúncia de Jânio Quadros, em 1961.17 Importantes atores, como a Igreja Católica, associações de mulheres, empresariado, políticos de oposição e o governo dos Estados Unidos, se articulavam contra Jango e acreditavam que o presidente se aproximava cada vez mais das esquerdas, do movimento trabalhista e sindical, bem como dos comunistas, principalmente por conta das chamadas “Reformas de Base”, conjunto de reformas políticas e sociais que visavam retirar o Brasil do subdesenvolvimento. Em 31 de março, o movimento militar teve início em Minas Gerais e marchou para o Rio de Janeiro. Dois dias depois, era decretada vaga a Presidência da República, às 3h45 da madrugada do dia 2 de abril.
Guardadas as devidas particularidades, os dois momentos históricos têm em comum o resgate de um inimigo: o monstro comunista. Mesmo que os dois processos de ruptura democrática tenham ocorrido pela conjunção de vários fatores – políticos, econômicos e sociais – e pela articulação de diferentes forças, o discurso anticomunista ganhou relevância tanto em 196418, quanto em 201619. Contudo, ao longo da história do século XX, no Brasil e no mundo, o imaginário anticomunista esteve presente em outros contextos e uma “ameaça vermelha” ganhou corações e mentes, levando ao medo e à paranoia.
O anticomunismo: um passado ainda presente
A principal preocupação desse artigo foi lançar algumas luzes sobre o presente. Assistimos, recentemente, a prisão de jornalistas e manifestantes, ataque a espaços de arte e cultura, com livros sendo utilizados como prova de comportamentos criminosos20, museus e obras de arte censuradas, invasão de universidades, prisão de reitores e professores, além da utilização cada vez mais intensa dos aparatos de violência estatal. Em que medida o ideário anticomunista justifica atos de violência?
A articulação de forças para conter o comunismo não mobilizou apenas corações e mentes, mas se refletiu na prisão, tortura e morte de comunistas, e na criação de um conjunto de leis para criminalizar essa doutrina e prender seus seguidores. Se o anticomunismo é um conjunto de ideias contra o comunismo, também se refletiu em ações, muitas delas de grande violência e que difundiram o terror e o medo. A perseguição de comunistas foi uma realidade não apenas em regimes ditatoriais, mas também nas democracias.
Não é possível afirmar que todos os agentes eram sádicos ou paranoicos, ou que toda a sociedade foi dominada pelo temor anticomunista e pela tolerância à violência, mas é impossível negar sua existência dentro da estrutura repressiva ou em diferentes lares de famílias ditas “de bem” espalhadas pelo Brasil.
Voltando nossa atenção para o presente – e ampliando nossa crítica para o jogo de forças a que estamos submetidos, vale a pena nos perguntarmos: quem será o novo inimigo do Estado? Que rosto ele terá? Poderia o imaginário anticomunista continuar justificando atos de violência no Brasil, mesmo em período democrático? Recorrer à História talvez nos ajude a responder estas e outras questões.
Notas
1 HEALE, Michael J. American anticommunism: combating the enemy within, 1830-1970. Baltimore, Maryland: Johns Hopkins University Press, 1990.
2 Cabe destacar que a noção de “democracia” vai ser disputada por liberais e capitalistas, quanto por comunistas e socialistas. WOOD, Ellen Meiksins. Democracia contra capitalismo: a renovação do materialismo histórico. São Paulo: Boitempo, 2003.
3 Entendo que os termos “direita” e “esquerda” devem ser usados no plural por não se caracterizarem como blocos monolíticos, mas, antes, por uma diversidade de interpretações e ações. Ver REIS, Daniel Aarão. Ditadura e sociedade: as reconstruções da memória. In REIS, Daniel Aarão et al. (orgs). O golpe e a ditadura militar: quarenta anos depois (1964-2004). Bauru: Edusc, 2004. p. 32.
4 BONNET, Luciano. Anticomunismo. In BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola e PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. Vol. 1. Tradução Carmen C. Varriale. Brasília : Editora Universidade de Brasília, 1998.
5 https://w2.vatican.va/content/pius-xi/pt/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_19370319_divini-redemptoris.html
6 EVANS, Richard J. A chegada do Terceiro Reich. Tradução Lúcia Brito. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010. Ebook. Posição 6889.
7CEPLAIR, Larry. Anti-Communism in Twentieth-Century America: A Critical History. Santa Barbara, Califórnia: ABC-CLIO, 2011.
8 Não podemos esquecer que o período foi marcado pela disputa entre União Soviética e China dentro do chamado campo socialista, e que as ideias do líder chinês, Mao-Tsé Tung, tiveram grande influência no ocidente e em partidos comunistas.
9 VALIM, Alexandre Busko. Imagens vigiadas: cinema e guerra fria no Brasil. 1945-. 1954. Maringá: Editora da Universidade Estadual de Maringá, 2010. WRIGHT, Bradford W. Comic book nation: the transformation of youth culture in America. Baltimore, Maryland: The Johns Hopkins University Press: 2003. WHITFIELD, Stephen J. The Culture of the Cold War. 2d ed. Baltimore, Maryland: Johns Hopkins University Press, 1996.
10 GIRARDET, Raoul. Mitos e mitologias políticas. Tradução de Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 57.
11 MAGALHÃES, Marion Brepohl de. Documento: manual do interrogatório. História: Questões & Debates, n.40. Curitiba: Editora UFPR, 2004. FICO, Carlos. Como eles agiam. Os subterrâneos da Ditadura Militar: espionagem e polícia política. Rio de Janeiro: Record, 2001. KLEIN, Naomi. Doutrina do choque: ascensão do capitalismo do desastre. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. JOFFILY, Mariana. No centro da engrenagem: os interrogatórios na Operação Bandeirante e no DOI de São Paulo (1969-1975). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional; São Paulo: Edusp, 2013. BAUER, Caroline Silveira. Brasil e Argentina: Ditaduras, desaparecimentos e políticas de memórias. Medianiz, Porto Alegre: 2012; ANSART, Pierre. La gestion des passions politiques. Paris, L’Âge d’Homme, 1990. ANSART, Pierre. Ideologias, conflitos e poder. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. ANSART, Pierre e BRESCIANI, Maria Stella. Apresentação. In SEIXAS, Jacy A ., BRESCIANI, Maria Stella e Brepohl (orgs). Razão e paixão na política. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 2002.
12 Para a presença de um discurso anticomunista nas manifestações, ver as coberturas da TV Folha (https://www.youtube.com/watch?v=BX-J9j5jiq0), Revista Trip (https://www.youtube.com/watch?v=ebzEbjflXkM) e Carta Capital (https://www.youtube.com/watch?v=ANSq6yszJCo).
13 Carlinhos Metralha ganhou esse apelido por portar uma metralhadora nas dependências do DEOPS-SP e também é acusado de casos de tortura e desaparecimentos. Foi subordinado do delegado Sérgio Paranhos Fleury.
14 MACHADO, André Roberto de A.; TOLEDO, Maria Rita de Almeida (orgs.). Golpes na história e na escola: o Brasil e a América Latina nos Séculos XX e XXI. 1.ed. São Paulo: Cortez: ANPUH SP – Associação Nacional de História – Seção São Paulo, 2017. Para uma explicação sobre a questão de gênero, ver o artigo de Georgiane Garabely Heil Vázquez, Gênero não é ideologia: explicando os Estudos de Gênero (https://www.cafehistoria.com.br/explicando-estudos-de-genero/).
15 http://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/os-sinais-de-que-o-marxismo-cultural-e-o-opio-da-universidade-contemporanea/
16 http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/04/1763027-bolsonaro-fez-apologia-ao-crime-na-votacao-do-impeachment-diz-oab.shtml
17 Uma importante análise desse contexto encontra-se em FERREIRA, Jorge; GOMES, Angela de Castro. 1964: o golpe que derrubou um presidente, pôs fim ao regime democrático e instituiu a ditadura no Brasil. 1.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014. Ver também NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do Regime Militar Brasileiro. São Paulo: Editora Contexto, 2014.
18 MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Em guarda contra o perigo vermelho: o anticomunismo no Brasil (1917-1964). São Paulo: Perspectiva/FAPESP, 2002.
19 Cleto, Murilo; Doria, Kim; Jinkings, Ivana (orgs.). Por que gritamos Golpe? Para entender o impeachment e a crise política no Brasil. São Paulo: Ed. Boitempo, 2016.
20 https://www.sul21.com.br/jornal/operacao-policial-quer-enquadrar-anarquistas-e-coletivos-culturais-como-organizacao-criminosa/
Como citar este artigo
SAMWAYS, Daniel Trevisan. A “ameaça vermelha”: medo e paranoia anticomunista (artigo). In: Café História – história feita com cliques. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/medo-e-paranoia-anticomunista/ . Publicado em: 22 jan. 2018. Acesso: [informar data].
Matéria totalmente isenta, que levou em conta os resultados nefastos do comunismo, onde foi implantado e onde ainda persiste, além de considerar também toda a movimentação baseada na Escola de Frankfurt, no decálogo de Lenin e nos postulados de Gramsci levada a cabo pelos partidos “democráticos” da esquerda mundial, notadamente na América Latina. Só que não! Esperar o quê de um docente oriundo de universidade pública, federal ainda por cima.
Nos poupe.
Você seria um ótimo objeto de estudo para este artigo!
Nos poupe você. Vai bater panelas.
TRISTE LER INDIVÍDUOS SEM NOÇÃO DIZENDO DISPARATES. Anticomunismo só interessa a quem não queira a igualdade. Uma sociedade minimamente consequente é comunista. Até chegar a este estado de evolução humana demora.
Verdade. É engraçado como essa galera da esquerda pensa que todo o resto da humanidade é tão idiota a ponto de cair nas lorotas que eles contam com ares de intelectualidade. Se comunismo fosse bom, ninguém fugia de país comunista. Essa gente da esquerda univeristária precisava ser estudada em laboratório, isso sim.
Não entendemos a lógica do comentário.
O artigo defende o comunismo?
Hummm… estar no ar a falta de sobriedade…
Incrivel como direitistas não mudam.Mesmos argumentos,mesmos discursos.Como múmias estagnadas no tempo podem ler e escrever as mesmas obras desde 1917.Cérebros simplistas,repetitivos,sempre levantando os mesmos pontos,sempre odiando o público e amando o individualismo,o privado.A um anticomunista vale a teoria do Pavlov,sobrevivem na simplicidade do refexo condicionado.Casos para análises psiquiátricas,sem dúvida.
Muito bom,de fato essa “ameaça anticomunista” permeia a mente de milhares de pessoas,pessoas ditas “esclarecidas” que propagam isso de maneira esquizofrênica para as massas que sem uma educação histórica, política acabam por tomar como verdade e continuar a propagar,o que justifica ao longo de séculos e todas as décadas continuar a existir e até se reinventar com novas facetas.
O fato inegável é que nem todas as ditaduras são marxistas, mas os regimes marxistas que já houve até os dias de hoje têm SEMPRE sido DITADURAS – SEM UMA ÚNICA EXCEÇÃO!
Fonte: Centro de Pesquisa Tireido Ku
Mentira,o Chile de Allende,só para citar um exemplo,não era uma ditadura.Tornou-se depois quando os fascistas milicos o derrubaram.Vá estudar!
Prof° Samways
Acredite, não é paranóia, vide a Venezuela.
Fábio,o caso da crise na Venezuela e Cuba tá mais pra influência capitalista do que mesmo comunista.Primeiramente,temos que combater os imperialista pra depois mudar o sistema de governo deles.Nossos heróis não são tão heróis assim.Vide os EUA.
O absurdo de querer dizer que o capitalismo e os EUA são responsáveis pelo terror do comunismo implementado na Venezuela.
Quem implementou o embargo comercial a Cuba e abriu campo para que a União Soviética se aproximasse desse país foram os EUA. Lembre-se que a Rev. Cubana não foi uma revolução comunista, a princípio.
Toda ação gera uma reação.
Se você acha bonitinho defender o comunismo aceite que o fato de que outros pensarão diferente e criticarão tal teoria. Nessa briga não há vilões ou mocinhos e é comum que em todos os lados surjam paranoias e mentiras focadas na desmoralização do inimigo.
A historia sempre nos ensinando. A política anticomunista, de fato, atrapalha o pensamento progressista.
EXCELENTE ARTIGO!
Texto muito interessante!
Só uma observação. O vídeo é “How to spot a communist”, ou seja, como identificar um comunista (que casa perfeitamente com a paranoia de que eles podem ser “qualquer um”) e não como pará-lo. 🙂
Obrigado, Carol! Tínhamos lido “stop” ao invés de “spot”. Já corrigido! 🙂
Excelente Artigo!
Esclarecedor, parabéns.
Gente humilde ainda confia
Num regime que falhou
Renega’-los noite e dia
São os filhos de Moscou
Muito bom! Infeliz realidade.
dizer que as inúmeras atrocidades são propagandas anticomunistas?
faça me o favor!
falta dizer que não existiu holocausto, (que não chega nem perto do holocausto vermelho).
O artigo é excelente. Além de set didático, é rico em documentação e forte na argumentação que problematiza a temática.
TRISTE LER INDIVÍDUOS SEM NOÇÃO DIZENDO DISPARATES. Anticomunismo só interessa a quem não queira a igualdade. Uma sociedade minimamente consequente é comunista. Até chegar a este estado de evolução humana demora.
Bom, eu odeio comunismo, ele faz mal à família,ser anticomunista e´ser pró-Humanidade, toda a realização do comunismo foi para pior, para destruir, matar, torturar, reprimir, só ingênuos ou canalhas acham que algo como o que tinha na Rússia ou há em Cuba pode ser replicado como modelo viável de sistema político e econômico; prefiro ser chamado de paranoico livre do que ser um idiota livre escravizado. O preço da liberdade é a eterna vigilância.
Imagina se é pra temer comunismo, esse troço só matou cem milhões de pessoas no século XX, fez de Cuba uma prisão e da Venezuela um inferno, imagina… fiquemos tranquilos e vamos deixar os comunistas em paz, afinal eles são bonzinhos, fazem mal a ninguém…rsrs
Mas o artigo não fala exatamente sobre isso, né, Clayton?
Na verdade, artigos como o desta página nos mostram que a Guerra Fria é a ÚNICA exceção àquela máxima segundo a qual “a história é contada conforme o ponto de vista do lado vencedor”… Agora, imagine se os professores de história formados em nossas universidades também começarem a contar a história da II Guerra Mundial conforme o ponto de vista da Alemanha Nazista!
Que argumentação primitiva.Minha filha de 12 anos saberia se expressar melhor.Este “troço”? Matou cem milhões? Cuba uma prisão? Comunistas fazem mal? Meu Deus,acho melhor você ater-se à leitura da Bíblia.São contos interessantes e não exigem muita análise e conhecimento!
É necessário um elevado grau de dissonância cognitiva para persistir com a crença nas ideias da esquerda depois de todas as provas que a história deu em sentido contrário.
Importa observar que foi o próprio Karl Marx quem na obra Contribuição à crítica da Economia Política discerniu o cenário em que se formam as condições para um processo de revolução social, descrevendo-o da seguinte forma:
‘Em certa etapa de seu desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes ou – o que é apenas a expressão jurídica delas – com as relações de propriedade no seio das quais se tinham até aí movido. De formas de desenvolvimento das forças produtivas, estas relações transformam-se em grilhões das mesmas. Ocorre então uma época de revolução social.’*
Ora, para qualquer um que tenha vivenciado o período da Guerra Fria, não era difícil perceber que, enquanto os países capitalistas desenvolvidos avançavam, os países socialistas mostravam-se estagnados, tecnologicamente incapazes de acompanhar o seu ritmo de evolução. Ao rejeitar a busca pela maximização do lucro como instrumento de estímulo à inovação, os países socialistas acabaram se condenando à obsolescência. Assim, foram perdendo a chance de incorporar os ganhos de produtividade possibilitados pelo progresso tecnológico. Foi devido a este que os países capitalistas conseguiram proporcionar uma elevação maior do padrão de vida da sua população, mesmo sem perseguir o ideal igualitário. Daí até a “crise final do socialismo” (parafresando mais uma vez as definições do próprio K. Marx), foi uma mera questão de tempo! A China Continental conseguiu evitar um final semelhante ao da antiga U.R.S.S. ao combinar o Estado socialista (com sistema de partido único, sem divisão de poderes) com uma economia capitalista, mas os limites dessa “estranha” combinação ainda precisam ser exaustivamente testados.
Enquanto que no capitalismo, alguns têm muito, no socialismo, ninguém tem nada! É por esse motivo que o melhor país socialista (Venezuela) ainda é pior do que o pior país capitalista (Haiti).
Considerando a derrotada ACACHAPANTE que sofreu no mundo depois de promover o maior genocídio da história da humanidade, a esquerda já deveria ter sido extinta do cenário político no mundo inteiro. Resumindo: conhecer a história é IMPORTANTÍSSIMO!!!
* Reproduzido conforme MARX, K. Prefácio à Contribuição à crítica da Economia Política, organizado por Florestan Fernandes e publicado com o título K. Marx: Teoria e processo histórico da revolução social, In Marx & Engels, Coleção Grandes Cientistas Sociais, História, vol. 36. São Paulo: Ática, 1983. p. 232. Edição comemorativa do centenário de falecimento de Karl Marx
Obs.: reprodução de texto da minha autoria publicado na edição nº 72 da Revista da Associação Brasileira de Propriedade Intelectual – RABPI em setembro de 2014.
É mesmo? Quem sabe deveríamos dizer aos direitistas e fascistas brasileiros: ” Vai para o Haiti!”
Existe sim um exagero, mas convenhamos o comunismo é um fracasso total. E o fato de termos muitos infelizes persistindo nessas ideias malucas,ignorando as vítimas do tal sistema, justificam a paranoia de alguns.
Na verdade, o artigo discute os usos políticos do medo anticomunista e a sua persistência.
Mas mesmo que o debate fosse sobre o par “sucesso” e “fracasso”, não levaria a nenhum lugar.
Por exemplo: dá pra dizer que o capitalismo é um “sucesso”? Difícil, né?
Abraço, Franklin! Obrigado pelo comentário!
Não justifica não Perseguição ditadura militar E ataques Sem fundamento paranóia deve ser evitada se não Fica um desordem
Belo artigo, muito interessante e bem explicativo!
Artigo muito bem escrito. Não se trata de defender esquerda, direita,comunismo ou capitalismo. Fato é que ambas ideologias utilizaram de instrumentos propangandísticos para atingir seus fins e alcançar a massa explorada.
[…] Daniel, 2018. A “Ameaça Vermelha”: Medo e Paranoia Anticomunista. Disponível em: < https://www.cafehistoria.com.br/anticomunismo/>. Acesso em 19 Mar. […]
[…] um translúcido espelho da realidade de sua época. Com a primeira metade dos anos 60 marcada pela Guerra Fria, o músico emerge como um importante porta-voz da contracultura, questionando as estruturas sociais […]
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