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Acordos de Paz de Oslo: 20 anos depois

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Acordo celebrado na Casa Branca: Bill Clinton observa aperto de mãos entre Yitzhak Rabin e Yasser Arafat. Foto: Ron Edmunds, 10/09/1993/AP.

Os chamados “acordos de paz de Oslo” referem-se a um conjunto de acordos firmados na cidade de Oslo, Noruega, em 1993, entre o governo israelense, representado pela figura de Yitzhak Rabin, e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), representada pela figura de seu presidente, Yasser Arafat. Tais acordos contaram com a mediação do então presidente dos Estados Unidos, o democrata Bill Clinton. Na época, Rabin, primeiro-ministro de Israel, disse: “Nós que lutamos contra vocês, palestinos, lhe dizemos hoje com voz clara a forte: basta de sangue e de lágrimas. Basta”.

Uma foto, em especial, marcou as negociações de Oslo: a foto de um aperto de mãos entre Rabin e Arafat, com Clinton no centro. Curiosamente, o registro não foi feito em Oslo, mas em uma reunião no jardim da Casa Branca, em Washington, em 13 de setembro de 1993. Com aquele aperto de mãos, Israel passou a reconhecer a OLP como representante dos palestinos e esta, por sua vez, reconheceu o direito de existência de Israel. A violência como método de negociação da paz entre os dois Estados foi condenada.

Em 1994, como consequência dos acordos firmados em Oslo, Yitzhak Rabin recebeu o Prêmio Nobel da Paz, ao lado de Shimon Peres e Yasser Arafat. Rabin, no entanto, não teve muito tempo para seguir nas tratativas de paz. Em quatro de novembro de 1995, quando participava de um comício pela paz na antiga Praça dos Reis (atual Praça Yitzhak Rabin), em Telavive, foi assassinado por Yigal Amir, um estudante judeu ortodoxo, militante de extrema-direita que se opunha às negociações com os palestinos.

Comentando os “acordos de Oslo”, Peter Calvocoressi, em “Política Mundial” (Ed. Penso, p.371), explica:

“Com base nisso, o plano de Oslo se estendia por seis anos (1993-1999), em três etapas: primeira, uma retirada israelense da Faixa de Gaza e de sete cidades da Cisjordânia, e a transferência de poderes à OLP; segunda, transferência de aldeias intermediárias na Cisjordânia, eleições dentro de três meses, livre movimentação entre os territórios transferidos e, finalmente, discussões sobre o futuro dos 140 assentamentos judeus nos territórios e em Jerusalém. Apesar de muita imprecisão, a implementação da primeira etapa aconteceu, mas as seguintes foram prejudicadas por disputas devido à falta de confiança entre os dois lados, pela hostilidade do Hamas tentando desacreditar Arafat e destruir a OLP, pela falta de disposição de Rabin para avançar mais rápido do que se sentida forçado e pelo acelerado confisco de terras por parte de Israel nos territórios ocupados para mais assentamentos.”

Em 2013, os “acordos de paz de Oslo” comemoram 20 anos. Embora os acordos tenham sido entusiasticamente – e até mesmo exageradamente – celebrados pela imprensa e por parte da opinião pública internacional, o conflito árabe-israelense continua sendo uma das questões mais urgentes a serem resolvidas no atual cenário global. Abaixo, as capas que os jornais brasileiros O Globo e Folha de S. Paulo deram para o aperto de mãos entre Rabin e Arafat em 13 de setembro de 1993, nos jardins da Casa Branca:

Evento foi noticiado em grande destaque nas capas dos jornais brasileiros. Foto: O Globo e Folha de S.Paulo.

Como citar este artigo

CARVALHO, Bruno Leal Pastor de. Acordos de Paz de Oslo: 20 anos depois (Artigo). In: Café História. Disponível em https://www.cafehistoria.com.br/acordos-de-paz-de-oslo-20-anos-depois/. Publicado em: 30 out. 2013. ISSN: 2674-5917.

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