O ano de 2019 foi marcado pelas imagens da catedral mais famosa do mundo em chamas, cenas tão intensas que provocaram uma sensação de perda até entre não religiosos. O colapso do pináculo, testemunhado por milhares de pessoas, sinalizou o fim de uma obra-prima da arquitetura que se tornou um ícone de Paris.
Neste livro, com uma escrita concisa e poética, a tragédia de 2019 é ponto de partida para uma investigação acerca do surgimento da catedral e das inúmeras mudanças pelas quais passou, dissolvendo a ideia de que Notre-Dame sempre existiu daquela maneira. Pelo contrário, ao longo de séculos sofreu ataques, destruições, reformas e ampliações.
Mais importante do que isso, a grande Dama foi palco dos maiores acontecimentos da França – das disputas entre católicos e protestantes na Idade Média à Segunda Guerra Mundial –, transformando-se em um símbolo a partir do qual é possível narrar à história do ocidente e a relação complexa entre governo e religião.
Aliando uma escrita que mescla o jornalismo literário à pesquisa acadêmica, Poirier convida o leitor para um percurso de 850 anos na história da catedral que sempre foi muito mais do que apenas um espaço litúrgico e que, mesmo depois do incêndio, continuará presente com imensa força no imaginário ocidental.
Para Agnès Poirier o ocorrido foi mais do que um incêndio em um ponto turístico, pois abalou certezas. Afinal, se um monumento que sobreviveu à guerras e invasões por quase um milênio podia desabar de uma hora para a outra, o que isso nos diz sobre a história da humanidade? Será que a fraternidade, a liberdade e a igualdade também não poderiam ser consumidas pelo fogo?
A edição da DBA Literatura conta com um caderno de imagens especialmente selecionadas. Ao todo, são 16 imagens coloridas entre fotos, gravuras e desenhos. A mais antiga é de 1495 e a mais atual é de 2019 após o incêndio.
Sobre a autora
Nascida em Paris e vivendo em Londres, Agnès Poirier é escritora e jornalista. Atuou em veículos de comunicação como BBC, CNN, Guardian, Le Monde, Le Figaro Observer, The Times, entre muitos outros. Publicou Left Bank: Art, Passion and the Rebirth of Paris, 1940-50, livro de grande sucesso sobre frequentadores da Rive Gauche.