“Precisamos falar mais sobre os soldados não-brancos da Primeira Guerra Mundial”

Bruno Leal, professor do Departamento de História da UnB, foi o convidado do programa "Provocação Histórica", da TV ILC Notícias. Na conversar com Lindener Pareto ele ressaltou a contribuição de soldados e trabalhadores não brancos e os desafios da vida cotidiana nas trincheiras.
2 de dezembro de 2024
"Precisamos falar mais sobre os soldados não-brancos da Primeira Guerra Mundial" 1
Da esquerda para direita: Bruno Leal e Lindener Pareto. Foto: reprodução.

Na última semana, o historiador Bruno Leal, professor do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB) e editor-chefe do portal Café História, participou do programa “Provocação Histórica”, da TV ICL Notícias, apresentado por Lindener Pareto. Na entrevista, Leal destacou aspectos menos conhecidos da Primeira Guerra Mundial, enfatizando a participação de 4 milhões de soldados e trabalhadores não brancos no conflito, cujas contribuições foram amplamente silenciadas nas narrativas dominantes sobre o evento. Clique aqui para assistir.

Segundo o historiador, esses homens, vindos de diferentes colônias africanas e, principalmente, da Índia, desempenharam papéis cruciais tanto no campo de batalha quanto no suporte logístico. “O historiador Santanu Das diz que falamos mais sobre os quatro grandes poetas britânicos da Primeira Guerra Mundial do que esses 4 milhões de pessoas”, afirmou Leal, defendendo a necessidade de incorporar essas vozes às análises históricas. Ele argumentou que reconhecer a participação desses indivíduos é fundamental para entender o impacto global da Primeira Guerra Mundial e suas implicações sociais e políticas.

Leal também explorou aspectos da vida cotidiana nas trincheiras, tema central de sua pesquisa sobre os chamados jornais de trincheira, produzidos por diversos exércitos nacionais, sobretudo pelas forças Aliadas. Ele destacou como esses periódicos ilustram os desafios enfrentados pelos combatentes, incluindo as precárias condições de vida, a saudade de casa e as estratégias criativas para lidar com o trauma e o tédio no front.

Ana Paula Tavares

Subeditora do Café História. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais da Fundação Getúlio Vargas (PPHPBC/FGV) , bolsista CNPq. Possui graduação em Comunicação Social – habilitação jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ (2006). É formada em teatro pela Casa de Artes de Laranjeiras – CAL (2010). Estuda História Intelectual, Imprensa, Mediação Cultural na trajetória da jornalista Yvonne Jean.

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