“Em 1950, o imigrante letão Herberts Cukurs, então proprietário dos pedalinhos da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, foi acusado de ter cometido crimes de guerra durante a ocupação nazista da Letônia. O “caso Cukurs” logo se tornou conhecido no Brasil e no exterior e mobilizou governos, entidades judaicas e não judaicas, parlamentares e opinião pública. Percorrendo documentos inéditos, disponíveis no Brasil e no exterior, este livro examina a complexa construção do histórico “caso Cukurs”, sobretudo a posição das autoridades brasileiras diante dele.” Este é o resumo do livro “O homem dos pedalinhos. : Herberts Cukurs – a história de um alegado nazista no Brasil do pós-guerra”, do historiador Bruno Leal, professor do Departamento de História da UnB e fundador do Café História. Disponível nos formatos digital e impresso na Amazon Brasil e no site da Editora FGV.
Outro destaque deste mês é o livro “Pirataria e Publicação – o comércio de livros da Era do Iluminismo”, do historiador estadunidense Robert Darton, professor da Universidade de Harvard e estudioso da história da França do século XII. Nesta obra, Darton explora um aspecto ainda pouco estudado sobre a história do livro e da edição: a pirataria. Pelo menos metade dos livros vendidos na França entre 1750 e 1789 foram pirateados. Essas falsificações eram mais baratas que as oficias e inundaram o mercado francês. Prejuízo para os editores, mas uma dádiva para os revolucionários: boa parte desses livros foram responsáveis por espalhar as ideias que alimentaram a Revolução.
A historiografia sobre os governos Vargas é uma das mais consolidadas no Brasil, mas nem por isso deixa de mostrar novidades. É o caso de “O Brasil tem asas – A construção de uma mentalidade aeronáutica no governo Vargas”, de André Barbosa Fraga, professor da Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro. Na primeira metade do século XX, a aviação se tornou uma espécie de paradigma das nações mais modernas e promissoras. Ter aeronaves, aeródromos, pilotos, companhias aéreas e aeronáutica era uma forma de expressar o progresso. Em “O Brasil tem asas”, André Barbosa Fraga mostra como o nacionalista Vargas construiu essa mentalidade no Brasil.
E como 2022 marca o bicentenário da independência brasileira, nosso destaque vai também para dois livros que examinam o evento: o “Almanaque da Independência”, de Jurandir Malerba, e “Independência do Brasil”, de João Paulo Pimenta. O primeiro revitaliza a ideia de almanaque com um livro que é um primor visual, repleto de informações, personagens, reflexões históricas, fotografias e ilustrações de época, conectando passado e presente; o segundo é uma síntese sobre o processo da independência, e deve agradar tanto o professor quanto o leitor em busca de mais conhecimento sobre História do Brasil.