A Associação Nacional de História (Anpuh) anunciou nesta quarta-feira, em suas redes sociais, a formação de uma comissão especial para acompanhar questões referentes a regulamentação da profissão de historiador. O anúncio é feito um dia após a regulamentação profissional ser promulgada pelo presidente da República no Diário Oficial da União, não por livre-iniciativa, mas por força de uma decisão de senadores e deputados, que derrubaram o veto de Bolsonaro ao projeto de lei.
A “Comissão de Acompanhamento da Regulamentação” é coordenada pelo atual Secretário-geral da Anpuh e ex-presidente da entidade, Benito Schmidt, e os seguintes membros: Rodrigo Patto Sá Motta (ex-presidente da Anpuh), membros do grupo de mobilização parlamentar da Anpuh: Lara de Castro (presidenta Anpuh-AP), Adalberto Paz (2º tesoureiro da Anpuh), Wagner Geminiano (grupo de curadoria de redes da Anpuh), Fábio Faversani (grupo de curadoria de redes da Anpuh) e Ricardo Castro (presidente da Anpuh-RJ).
No comunicado, a organização fez questão de desmentir boatos quanto a formação de um conselho profissional neste momento:
– Preliminarmente, então, esclarecemos a toda nossa comunidade que não procede a ideia de que será formado um Conselho junto ao qual seria necessário se registrar com o pagamento de taxas (como o Crea, CRM e tantos outros) nem uma Ordem Profissional com taxas e prova de admissão (como a OAB). Não há previsão na Lei para isso e em nenhuma hipótese a Anpuh passará a cumprir um desses papéis, como tem circulado em redes sociais. A Lei prevê que o registro será feito junto à “autoridade trabalhista competente”, que hoje está alocada na Secretária do Trabalho, junto ao Ministério da Economia. Estamos dando início a uma aproximação com esse órgão do Estado para debater os detalhes práticos da implementação da Lei e estaremos atentos ao seu eventual descumprimento, que reclamará iniciativas tanto junto ao Executivo, quanto junto, nos casos em que isso for necessário, ao Ministério Público do Trabalho”- diz o comunicado.
Como citar esta notícia
CARVALHO, Bruno Leal Pastor de. Anpuh cria comissão para examinar novo horizonte profissional dos historiadores(Notícia). In: Café História. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/anpuh-cria-comissao-apos-regulamentacao/. Publicado em: 19 ago. 2020. ISSN: 2674-5917.
E os historiadores que praticam a pesquisa histórica de forma independente e publicam os resultados de suas pesquisas? Para se ser historiador se terá que ser funcionário da iniciativa privada ou do establishment? Qu conecpção de “historiador” é esta? Soldados da história militante, não são historiadores. Como bem está dito em “Combates pela História”, nem todos os que se dizem “historiadores” merecem tão honroso título.
Paulo, qualquer pessoa poderá desenvolver pesquisas historiográficas.
A regulamentação está direcionada para a garantia de formação específica para a atuação enquanto historiador. Ou seja, a garantia de quadros realmente qualificados. Isso não limita as pesquisas por conta própria.
Além disso, não sei se entendi bem o que quer dizer com “história militante”, mas não existe história neutra ideologicamente. Existe sim pesquisa teórica e metodologicamente competente, e é aí que entra a regulamentação: permitir que apenas pessoas qualificada nessas ferramentas de desenvolvimento de pesquisa possam atuar enquanto historiadores no desenvolvimento de políticas públicas, nas escolas, em projeto que envolvam o campo histórico, etc.
Espero que nenhum prodissional liberal tenha sua liberdade de pesquisa e publicação cerceada por conta desta lei q ninguém sabe porque veio e pra onde vai.
E se aparecer alguma entidade querendo impor um Conselho aos historiadores?