As férias são o momento perfeito para relaxar, recarregar as energias e, por que não, curtir o sofá com pipoca e filmes histéricos? Para quem gosta de cinema e história, esta é uma boa época do ano para revisitar clássicos que marcaram época e produções lançadas recentemente.
Nesta lista, selecionamos cinco filmes históricos. Nossa seleção escolheu como critério filmes produzidos neste século, já que não vão dar muito trabalho para serem encontrados em sistemas de streamings. Há produções europeias, americanas e latino-americanas. Prepare a pipoca, acomode-se no sofá e deixe-se levar por essas obras-primas que podem dar aquele brilho das suas férias!
Belfast (2021)
Dirigido por Kenneth Branagh, Belfast é um drama semi-autobiográfico que narra a infância do diretor na Irlanda do Norte durante os tumultuados anos de 1969, no início do conflito conhecido como The Troubles. A história é contada sob a perspectiva de Buddy, um menino de nove anos que vive em um bairro operário predominantemente protestante, mas que convive em harmonia com católicos até o início dos conflitos.
O filme combina momentos de ternura e tensão enquanto retrata a vida cotidiana de Buddy e sua família, que enfrentam dilemas sobre permanecer em sua terra natal ou imigrar para buscar segurança e melhores oportunidades. Filmado em preto e branco, Belfast destaca-se pela cinematografia poética, performances emocionantes de um elenco talentoso (incluindo Caitríona Balfe, Jamie Dornan e Judi Dench) e uma trilha sonora marcante com canções de Van Morrison. Mais do que uma história sobre política, é um retrato íntimo de família, comunidade e o poder das raízes em tempos de adversidade.
1917 (2019)
Dirigido por Sam Mendes, 1917 é um épico de guerra ambientado durante a Primeira Guerra Mundial, conhecido por sua narrativa tensa e pela impressionante técnica de filmagem que simula um único plano-sequência. A história acompanha dois jovens soldados britânicos, Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman), que recebem uma missão aparentemente impossível: atravessar o território inimigo para entregar uma mensagem que pode salvar a vida de 1.600 homens, incluindo o irmão de Blake.
O filme mergulha o espectador na brutalidade e na urgência do campo de batalha, destacando os sacrifícios e as decisões humanas em meio ao caos da guerra. Além de suas qualidades técnicas inovadoras, 1917 é uma obra profundamente emocional, que equilibra momentos de intensidade com reflexões sobre coragem, perda e a resiliência do espírito humano. A combinação de direção magistral, cinematografia de Roger Deakins e performances marcantes fizeram do filme uma experiência cinematográfica única, premiada com três Oscars, incluindo Melhor Fotografia.
Assassinos da Lua das Flores (2023)
Dirigido por Martin Scorsese, Assassinos da Lua das Flores é um drama histórico baseado no livro homônimo de David Grann. O filme retrata uma das primeiras grandes investigações do FBI, focada em uma série de assassinatos brutais na década de 1920, na nação Osage, em Oklahoma. Após a descoberta de petróleo em suas terras, membros da comunidade indígena Osage se tornaram extremamente ricos, despertando a ganância e a violência de pessoas dispostas a tudo para se apropriar de sua fortuna.
A narrativa segue Ernest Burkhart (Leonardo DiCaprio), um homem casado com Mollie Kyle (Lily Gladstone), uma mulher da nação Osage, enquanto ele é manipulado por seu tio, o poderoso e astuto William Hale (Robert De Niro), em um esquema mortal de apropriação de riquezas. O filme combina elementos de crime, drama e crítica social, explorando temas como racismo, ganância e justiça. Com performances intensas e a assinatura de Scorsese na direção, Assassinos da Lua das Flores é uma obra visceral que ilumina um capítulo sombrio da história americana.
O filme é baseado em livro de mesmo nome, encontrado aqui.
Ainda estou aqui (2024)
Ainda Estou Aqui é um filme brasileiro de drama biográfico dirigido por Walter Salles, lançado em 2024. A obra é baseada na autobiografia homônima de Marcelo Rubens Paiva e foca na vida de sua mãe, Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro em diferentes fases da vida. O filme retrata a transformação de Eunice de advogada a ativista política após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, durante a ditadura militar brasileira.
O filme estreou no Festival de Veneza em 1º de setembro de 2024, onde foi aplaudido por dez minutos consecutivos, recebendo aclamação pela atuação do elenco, especialmente de Fernanda Torres. No Brasil, foi lançado em 7 de novembro de 2024, alcançando sucesso de bilheteria com uma receita de R$ 53,8 milhões. A produção foi selecionada como representante brasileira para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Internacional na 97ª edição do prêmio.
O livro é baseado em livro do mesmo nome, encontrado aqui.
A Culpa é do Fidel (2006)
Dirigido por Julie Gavras, A Culpa é do Fidel é um drama franco-italiano que aborda questões políticas e sociais através do olhar sensível de uma criança. Ambientado na França dos anos 1970, o filme segue Anna (Nina Kervel-Bey), uma menina de nove anos cuja vida confortável e tradicional muda radicalmente quando seus pais se tornam ativistas políticos de esquerda.
Enquanto seu pai, Fernando (Stefano Accorsi), engaja-se em causas revolucionárias inspiradas pelo regime de Salvador Allende no Chile, sua mãe, Marie (Julie Depardieu), abandona sua carreira de escritora para se dedicar a essas lutas. A transição causa confusão e resistência em Anna, que tenta entender as mudanças em sua vida, incluindo a perda de privilégios e a convivência com ideias que desafiam suas crenças anteriores. O filme é uma comovente e inteligente análise de como as crianças percebem os dilemas ideológicos dos adultos, misturando humor, crítica social e um olhar íntimo sobre a transformação de uma família.